Eu

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domingo, 20 de setembro de 2015

Aos anjos Ele dá ordens a nosso favor!

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

SOMENTE PARA OS FRACOS...


"Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus". João 3:3
O mais inquietante do Evangelho, o mais instigante do Evangelho é que nele nada é para amanhã, tudo é agora! A salvação é agora, a eternidade é agora, o novo nascimento é agora!
Somos gerados nas entranhas de Deus, somos retirados de densas trevas e mergulhados em sua Maravilhosa Luz. Mais do que isso: somos retirados das trevas de nossa carnalidade, da nossa separação e rebeldia e mergulhados, unificados em Deus.
Nascer novamente em Cristo é um milagre. É o mais estraordinário milagre da vida, do mundo, na vida de um ser humano.
Por isso evangelho é transformação. Evangelho que não transforma, evangelho que não desafia a uma nova vida, a uma vida contra a cultura, contra a sociedade, contra os valores que animam esse século, evangelho que se "conforma" com esse mundo, seus valores, seus padrões, seus ideais, não é o evangelho.
O Evangelho do Reino é boa nova, é Deus se reconciliando com todos através de Cristo. Evangelho do Reino é nova vida porque Cristo passa a viver em nós e vivendo em nós passamos desejar o que Deus deseja, passamos a ansiar fazer e ter a Vontade de Deus em nós.
Evangelho do Reino é um novo padrão, ele é contra cultura, ele é nadar contra a corrente, é o caminho inverso do caminho feito por todos.
Evangelho do Reino é acolhimento, perdão, amor, mutualidade, é família reunida ao redor da mesa do Pai.
Evangelho do Reino é o desafio de viver uma vida nos padrões de Deus, a abandonar o velho homem, a despir-se de suas antigas roupagens, ideias, crenças, atitudes, hábitos, para dar vida ao nosso verdadeiro ser.
Isso mesmo. Porque tudo o que você pensa ser, quer ser, é apenas uma imaginação alegórica de sua mente. É algo que sua família disse que você é, que a sociedade diz que você é, que você pensa que é, uma fantasia carnavalesca que parece com você, mas, não é você. O que você é está oculto em Cristo e se manifesta conforme o Reino se expande, se aprofunda, como um poço que vai até as entranhas do ser e faz jorrar água viva de dentro de nós.
Por isso não acredito no Evangelho sem transformação. De homens e mulheres que continuam do mesmo jeito, que amam aquilo que Deus não ama, que vivem conforme a corrente, que não perdoam, que não acolhem, que não pacificam e trazem a guerra. Que dividem famílias, amigos, que ambicionam, que destroem ao invés de constuir, que ao passarem não transformam o deserto em manancial, mas, pelo contrario secam o manancial da vida e desertificam tudo ao seu redor.
Evangelho do Reino não é religião. Quando Cristo veio buscar e salvar o que havia se perdido, a maioria das religiões existentes hoje existiam e Ele simplesmente lançou o desafio: Eu sou o caminho ninguém vem ao Pai a não ser por mim. Eu e o Pai somos um. Evangelho do Reino é relacionamento, é fé, não em coisas, mas, numa Pessoa. Evangelho do Reino é contradição. É adoração em espirito e em verdade.
Evangelho do Reino é para os quebrados, os enxotados, os pecadores, os fracos, os que se reconhecem sem salvação, os que se sabem perdidos, aos partidos, aos doentes, aos que nada possuem, os que nada tem.
Evangelho do Reino é para os fracos. O Evangelho do Reino é para aqueles que fadigados encontram descanso, amparo e vida, à sombra de uma Cruz.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O mundo agoniza - 13/09/2015


Ricardo Gondim
A televisão gasta longos minutos na conquista do título mundial de Fórmula I. Estatísticos se debruçam sobre as chances dos candidatos a presidente dos Estados Unidos. As bolsas sobem e descem. O mercado vira jogatina. O capitalismo neoliberal se assume como cassino.
Ao mesmo tempo, milhões – literalmente centenas de milhões – , agonizam mundo a fora. A lista dos países em conflito ou no abismo da banca rota, esfrangalhados, chega a ser longa demais. Enfada citá-los todos. Síria, Darfur, Iraque, Congo, Líbia e Afeganistão encabeçam.  Famílias inteiras se jogam no mar, andam léguas e léguas, fogem da carnificina. Mas, sem terem para onde ir, escapam para morrer afogados numa travessia suicida. Convivemos com uma catástrofe bíblica, épica. Mais uma nódoa na novíssima, e já triste, história do século XXI.
Não é possível continuar assim. O mundo se desequilibra. Segue penso. A beira do abismo desmorona, arrastando milhares ao buraco. Só não é possível entender a atitude cínica dos países ricos. Em meio a tanto desdém, diante da morte estúpida e desnecessária de milhões, como querer curar gangrena com band-aid?
Por que os ingleses não tomam a iniciativa e fazem alguma coisa? Eles foram os maiores responsáveis pelo retalhamento político do Oriente Médio e da África. Por que os Estados Unidos não pressionam as Nações Unidas?  Eles não titubearam quando acharam necessário invadir o Iraque. Por que a França, que rapinou sem escrúpulos suas colônias, não convoca uma força tarefa para acabar com a mortandade de inocentes?
Eu não consigo mais assistir mesa redonda, que discute lance polêmico de campeonato de futebol. Não tolero ler frase infantil e infantilizante que se pretende “espiritual”. De repente o rosto de milhares de meninos e meninas parece me encarar desde as ruas bombardeadas em Homs. Não apago o desespero de quem perambula só com a roupa do corpo por estradas bem pavimentadas da Escandinávia. Algo tem que ser feito. Não sei como, o quê… Alguma luz precisa brilhar em nosso horizonte, turvo com as lágrimas de inocentes. Em minha impotência, me sinto desafiado, fustigado. Mas, o que fazer?
Resolvi gritar. Decidi inquietar os que me leem. Não posso calar quando o mar pede socorro. Não saberia brincar com amenidades se meu coração bate descompassado. Quero a poesia mais dolorida que houver, a melodia mais pungente que o violino pode tocar, o ritmo mais cadenciado que o sino dobra. Em meio a tanto sofrimento, que eu não me assente na roda de quem escarnece da sorte de meus irmãos. Eles não pediram para nascer no meio do inferno.
Quero acabar com a indústria bélica. Sonho com uma sociedade sem ódio religioso. Cogito um mundo sem a lógica neoliberal, que privilegia o capital e a competência. Não posso. Sou apenas um cisco no celeiro dos grandes. Resta-me oferecer o ombro às comunidades islâmicas que abrigam os refugiados que chegam a São Paulo. Faço o que posso: junto donativos – prato, toalha, cobertor, roupa, sapato. Quem chega com a roupa do corpo possa, pelo menos, tomar banho. Mobilizo algumas pessoas rumo à compaixão. Me assumo como evangelista dos bons gestos.  E ainda procuro decorar Castro Alves:
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus?!

Soli Deo Gloria

http://linkis.com/ricardogondim.com.br/qCDQO

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

REQUIEM PARA OS MENINOS INVISIVÉIS - CANÇÃO DE NINAR TRISTE II


Choramos Aylan, choremos nossos meninos também.....
Aylan chorei por você
chorei pelo seu berço feito de mar
Aylan chorei uma triste
canção de ninar.
Mas, Aylan tua tragédia tecida
em mãos de homens
que roubaram teu riso
e tua infancia.
Também rouba a dos meninos
que dormem na rua
morrem na Candelária
morrem nas favelas
morrem "di menor"
na mão do traficante e do policial.
Aylan, todo mundo esta chocado
vendo seu corpinho na praia
mas, todo mundo passa apressado
nesse sábado
pelo menino molhado e noiado.
que dorme na calçada.
Então choro também
pelo menino que apanha em casa
pelo menino que nem mesmo tem uma casa
lugar descente pra dormir
nem mesmo roupa pra vestir.
Aylan, você estava tão bonito
calçado com seus sapatinhos
buscando esperança
em outras terras.
Os meninos que andam nessa terra
na Amada Mãe Gentil,
descalços e em andrajos
negros e sujos
não são bonitos e não há quem os chorem.
Não há Iemanjá que os leve para um mundo
de paz.
Nem um Deus que os abrace?
Aqui, nesse inferno vivo
Não são anjinhos
mas demonios
que homens santos e de bem querem mortos.
E os mesmos homens que te tiraram a infancia
a esperança
o futuro
o riso
tiram por aqui
desses meninos.
O mar que os afoga se chama pobreza
indiferença, desigualdade
violencia, desamor, desumanidade
um passado de horror
sob a chibata de um senhor.
Aylan, menino que Deus abraçou
Eu sei, assim como Ele te olhou
Ele olha para os meninos
dormindo nas ruas
afogados no descaso.
Candida Maria Ferreira da Silva.