Eu

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domingo, 29 de março de 2015

ROSTO NO ESPELHO


Olho no espelho e contemplo a face
Já possuí marca do tempo
Não sou mais uma menina
Virei mulher
Mas, quem é essa mulher que vejo?
Forte, decidida, corajosa, rocha
Abrigo para o cansado,
Ouvido para o desalentado
Companheira do solitário
Cúmplice, amiga, parceira!
Mas, quem é essa mulher que vejo?
Tecendo sonhos fantasiosos
Como a adolescente de outrora
Paixões platônicas,
Enganos tecidos por ela mesma
Deixando o coração entrar na ciranda
Uma ciranda vazia de um coração vazio.
Mas, quem é essa mulher que vejo?
Não se pode permitir
as fantasias de adolescente
a maturidade não as permite mais
o tempo passou, as experiencias
E a verdade, mais dura como aço
Se impõe
E palavras doces, mentiras sinceras
Não me interessam
Mas, quem é essa mulher que vejo?
Ela aprendeu tantas vezes com a decepção
que sabe que não mata,
Sabe que o tombo é só um tombo
E que se levantar
Todo dia, a cada dia
Faz parte de sua sina
Porque ela é rocha, feita de muitos pedaços colados
E que a vida está nas mãos dela
Essa é a mulher que contemplo no espelho;
CANDIDA MARIA
RJ, Outono de 2015


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