Eu

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Make this the year YOU discover a new destination

ESSA PAIXÃO QUE NÃO SE ACABA


Essa paixão que não se acaba,
Que vive no meu peito,
Desafiando o tempo
A razão
E os limites!
Essa paixão feita de fogo,
Desejo intenso
Que arde meu corpo
Que incendeia a minha alma!
Essa paixão que se atormenta,
Pela distancia
Por querer estar perto e não poder
De querer tocar...E só ter o vazio...
Essa paixão que me alucina
Em sonhos e fantasias
Que espera, espera...
Esse sonho impossível de te encontrar!
Essa paixão que me sufoca
Ate as lagrimas
De incertezas, de te amar!
E não saber se me amas também!
Essa paixão que se desespera
De querer se tua companheira
Tua parceira na vida
De habitar teu coração
E não poder!
Essa paixão que sofre em silêncio
De ter ver vulnerável
De ver teus sentimentos machucados
No coração que eu queria proteger.
Essa paixão que não acaba,
Nem pelo tempo, nem pela distancia.
Nem por Deus
Nem por outros
Que farei eu, te pergunto
Com essa paixão que insiste em querer você?
Me responda meu amor......
Candida Maria/2006

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

TOTEM


Transmuto-me no meu Totem
Pantera negra
Esguia,
Espia,
Silenciosa,
Ronda,
Espera, silenciosamente espera,
Entre frestas do mato,
Guiada pelo cheiro da tua pele
Vejo-a: branca como a Lua
E nessa noite de luar
Invado teu sitio
Devoro teus bichos
Besta fera que sou
Cheia da negritude da noite
A íris que reflete minh’alma em cores delirantes
Te fita em fome e desejo luxuriante
Já não sou besta fera
E tu podes me ouvir ronronar
Pantera negra, negra pantera
Destruo as flores
As cores, a casa, a cama
Penetro como um feitiço xamânico
Tua alma desesperada
Com o urro do meu amor
Te destroço em pedaços
Para que nada mais tu encontres
A não ser a negra pantera
Esse único ser, selvagem, transmutado
De pelo negro e íris cor de mel
Que aterrorizado,
Apaixonado,
Enlouquecido,
Dissolvido
Tu acaricias o pelo
E deita ao lado
Para amar
Enquanto a lua
Ilumina a fera, negra fera
Que vira mulher, negra, fera, pantera.
Candida Maria 2015


DESAFIO DO DIA 25/02/15


É difícil....


 É difícil....



A gente sabe que não pode
É impossível
Fantasia e tolice de uma meninice inesperada
Pode um coração sábio ser assaltado pela infantilidade?
Acho que todo coração sábio esconde bem escondido
Suas inocentes infantilidades, as impulsividades adolescentes
As revoluções sonhadoras da juventude.
Por isso é difícil
Saber-se apanhada por um sentimento de paixão
Platônica, sonhática, imaginada, inventada, ilusória
E ver-se num emaranhado ridículo
De ações adolescentes
Enquanto o coração sábio diz para você
Tua cabeça onde está? Que bobagens é estas que constróis?
Que poema tolo é esse que escreves
Que sentimento infantil embalas dia e noite
Com esperanças vãs, nunca concretizadas?
Difícil....
Porque o coração sábio conhece tudo isso
Ao mesmo tempo o sentimento persiste
Porque a sabedoria clama de forma estridente
Mas, difícil é o sentimento te abandonar.
E você volta, revolta, resolve, revolve, e volta
E de mulher madura
Vira adolescente que acredita em sonhos
Impossíveis possibilidades
Escreve poemas como aos quinze anos
E inventa histórias como aos treze
Porque a sabedoria clama, o coraçao teima
E o difícil de tudo isso é deixar de amar.

Candida Maria

2015
DESAFIO DO DIA 24/02/15

sábado, 21 de fevereiro de 2015

EM ALGUM LUGAR DO PASSADO


“Quem escreverá a história do que poderia ter sido o irreparável do meu passado;
Este é o cadáver.
Se a certa altura eu tivesse me voltado para a esquerda, ao invés que para direita;
Se em certo momento eu tivesse dito não, ao invés que sim;
Se em certas conversas eu tivesse dito as frases que só hoje elaboro; Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro seria insensivelmente levado a ser outro também."
Fernando Pessoa

Minha reflexão não é nova, bem acho que não existe nada novo no mundo, a gente sempre recebe um estimulo de algo que ouviu, viu, leu, uma mensagem que foi passada, um pensamento já pensado. Eu não digo nada novo. Muitas pessoas já falaram sobre o que eu quero refletir com muita propriedade e quem sabe muito melhor do que eu. Não sou Frei Betto e nem Ricardo Gondim.
Esse pensamento, foi bem elaborado em uma mensagem de Caio Fabio (outro que escreve de forma excelente e que nem poderia me comparar), ou seja, de se estar preso em algum lugar do seu passado.
Para usar de forma mais literal seu pensamento, de se estar no tempo presente, mas, a alma estar no passado. Presa a sensações, a traumas, a sentimentos, a fatos acontecidos sejam eles bons ou maus que nos mantêm paralisados em algum lugar do passado de tal forma que não vivemos, como bem disse o Caio, a Graça do presente.
Nesse momento que estou escrevendo, olhando para trás, vejo quantas prisões me mantêm emocionalmente presa ao meu passado, impedindo que viva a Graça do hoje.
É interessante, porque quem lembra do relato dos discípulos no caminho de Emaús, já é domingo, Jesus ressuscitou, está ali com eles, mas, eles estão presos na sexta-feira, no dia de sua morte. Só depois de vê-lo partir o pão e que seus olhos se abrem e se apercebem que Ele estava ali o tempo todo.
Ao ver partir o pão seus olhos foram abertos e O conheceram (Luc. 24.30-31), assim retirados do seu passado os discípulos puderam ver a Graça do hoje, Cristo vivia e vive.
Viver no passado é uma escolha. Pode ser cômodo viver no passado, porque lamentando ou culpado o que já foi não se enfrenta o que se é hoje. Pense comigo: eu não preciso me esforçar para enfrentar o dia de hoje e cada dia de hoje com seu mal, porque eu vivo a lamentar e culpar meu passado em que estou presa pelo dia de hoje. Quando chegar amanhã, lamentarei novamente o dia de ontem, onde nada fiz para mudar, culpando minha paralisia pelo meu passado. E assim vivemos num círculo vicioso em que o passado, esse peso morto, essa bola de toneladas acorrentada aos nossos pés não nos permite andar.
Mas, não apenas, andar ou fazer. Também não nos permite ouvir. Nós não ouvimos, assim como não vemos com nossos ouvidos ou olhos, mas, com nossa alma. Tudo o que você vê e ouve, passa pela sua alma e se ela estiver presa no passado você verá, ouvirá e compreenderá todas as coisas por esse passado e não por este presente.
Quantas coisas você viu e ouviu que eram hoje e compreendeu como ontem? Como ontem da rejeição, do abandono, dos maus-tratos, dos abusos, das traições, das derrotas, dos seus próprios erros, das humilhações, das desilusões, das decepções por vezes tão amargas.
Por vezes lidamos com pessoas ao nosso redor que vivem eternamente ontem e por outras nós mesmos somos os que vivemos no ontem.
Quero chamar atenção para os discípulos de Emaús mais uma vez que pelo caminho falando do ontem, não percebem Jesus falando do hoje, mas os seus olhos são abertos “no repartir do pão”.
O repartir do pão é “o corpo que é partido por vós”, é a Graça inefável, incomparável, sem preço, do nosso resgate de condenação espiritual e do resgate do nosso passado seja ele qual for.
O que quer que tenha sido ontem: o “corpo partido”, “o sangue vertido”, a “ressurreição”, a Graça escandalosamente louca de Deus nos resgata completamente, nos pacifica, nos cura, nos restaura.
Ela obviamente envolve perdão, porque a Graça nos perdoa incondicionalmente e nos convida a perdoar incondicionalmente aos outros e até a nós mesmos. Sim, porque por vezes somos algozes tenazes de nós mesmos. Sem perdão estamos em prisões. (Mateus 18. 33-35)
Mas, a Graça solta nossas cadeias por mais antigas, fortes, impossíveis que imaginamos ser, a Graça de Cristo nos liberta. Porque a Cruz também é libertação. O “pão partido por vós” é libertação da condenação e da morte em que vivíamos, para liberdade e vida, das trevas em que nos afogávamos para o mergulho na limpidez da Luz de Deus!
Por isso Paulo podia dizer: “Mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim. Filipenses 3. 13b”
Paulo sabia o que era o passado dele: perseguidor, assassino dos irmãos, depois perda de status com sua conversão, prisões, lutas, cadeias, maus-tratos, perseguições implacáveis eram a vida desse servo de Deus, mas, inundado pela Graça, ele deixava tudo para trás para seguir adiante, vivendo o hoje em Cristo construindo o futuro com Cristo. No caso especifico deste texto, Paulo prosseguia para o prêmio da soberana vocação: estar com Cristo afinal.
Não existe formula magica, não existe um “encontro”, “uma unção”, “uma oração”, “uma campanha”, “uma novena”, “uma cobertura espiritual”, “uma benção de um ungido” …Desculpe lhe decepcionar não existe caminho fácil para quem caminha com Cristo. Nem pra você e muito menos pra mim!
É preciso conscientizar-se de que se está no passado e consciente de que estamos nele, reconhecer o que nos prende à ele, com a ajuda do Espirito Santo de Deus que traz a luz TODAS as coisas. Perdoar, perdoar, perdoar, perdoar, perdoar, perdoar…perdoar-se...
Reconhece-ser-mo-nos incapazes de nos curar e levar diante de Deus nossa prisão, nossas correntes que tão firmemente nos prendem e permitir que a Graça “do pão partido” abra os nosso olhos e vejamos o hoje.
O hoje que é de ressurreição, da morte vencida, da esperança, da vida abundante, da Graça Inefável, da Maravilhosa Luz em que somos mergulhados pela fé em Cristo, Àquele que partiu seu corpo e derramou seu sangue para nos libertar!
Que possamos fazer nossa a oração de Ezequiel: “Senhor, por estas coisas se vive, e em todas elas está a vida do meu espírito, portanto cura-me e faze-me viver.” (Isaías 38. 16).
Que o Senhor assim nos traga para o dia de HOJE em sua terna Presença.
n’Ele que HOJE VIVE

Candida Maria /2015

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Ricardo Gondim recita, de Cecília Meireles, "Falai de Deus".

Lamentos, lágrimas e cinzas Ricardo Gondim

Lamentos, lágrimas e cinzas

2 comentários

Ezequiel, o profeta bíblico, comeu um livro repleto de lamentos, prantos e ais. Depois de encher a barriga, afirmou: Eu o comi, e na boca me era doce como mel. [3.3]. Como pode um livro de lamentos ser doce na boca de alguém? Muito estranho alguém gostar de prantear.
Ezequiel precedeu a fala de Jesus: Felizes – bem-aventurados – o que choram porque eles serão consolados. Os que choram conseguem não apenas aliviar as dores do coração; desafogam não só imperativos triunfais. É feliz quem pode expressar angústia sem o patrulhamento dos insensíveis. Alguém já disse que poeta só é poeta se sofrer. É possível dizer também: profeta só é profeta se aprende a lamentar.
Abracei, por anos, uma fé discursiva, triunfalista e racional. Fui treinado a esquecer o valor do lamento. Associei pranto à fraqueza. Achava que a mensagem do Evangelho transforma pessoas em imbatíveis.
Li o judeu Abraham Joshua Heschel e aprendi uma nova dimensão sobre o significado de ser íntimo de Deus. Heschel afirmou que os profetas não foram simples porta-vozes do divino. Eles eram pessoas chamadas para comungar do pathos de Deus — “pathos” é  palavra grega para sentimento; sufixo em sim-patia, por exemplo. Para Heschel, o profeta tem o privilégio – e o terrível ônus – de partilhar das emoções divinas. Assim, quando Jeremias chora e lamenta, as lágrimas não são propriamente suas. O profeta se compadece –  sente o que Deus sente. E por isso fala.
Paulo percebeu essa identidade profética em Filipenses [1.29]: … a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele.
Assim, desejo me tornar íntimo de Deus. Não anelo celebrar sua presença, somente, no que é bonito e louvável. Quero aprender a chorar, junto com ele, os horrores de um mundo adoecido e bárbaro.
Quero conhecer o coração de Deus para lamentar a sorte da África, dizimada pelo avanço da Aids. Saberei chorar a morte desnecessária de milhões de crianças que se amontoam em campos de refugiados, expulsas por guerras étnicas. Lamentarei a gula das nações ricas, tão preocupadas consigo mesmas enquanto saqueiam, por todo o Continente, ouro, diamante, petróleo. Sofrerei porque o descaso de Caim está na boca de meus contemporâneos: Sou eu responsável por meu irmão?
Quero conhecer o coração de Deus para lamentar o drama dos pequenos países latino-americanos, sem recursos naturais e sem condições de pagar as dívidas com agentes financeiros transnacionais. Lembrarei que toda a América Latina foi rapinada. Levaram daqui, ouro, prata, cobre, ferro, madeira e banana. Lamentarei não existir uma justiça retributiva para que essas pequenas nações sejam ressarcidas; a contínua sangria da riqueza latino-americana perpetua ciclos de miséria e violência.
Quero conhecer o coração de Deus para lamentar o que acontece em meu país. Os rios viram esgotos, as florestas somem e as praias perdem a virgindade branca, inundadas de lixo. Sentirei o coração apunhalado ao lembrar que o Brasil se tornou uma ameaça para a humanidade — a Amazônia devastada representa, talvez, o desequilíbrio final do planeta.
Quero conhecer melhor o coração de Deus para chorar as clínicas clandestinas de aborto, os cortiços onde jovens negociam barato o corpo, os moquifos onde mendigos se destroem com o crack e as favelas nas margens de córregos fétidos. Desejo compreender como tudo isso chega a Jesus : Da mesma forma, o Pai de vocês, que está nos céus, não quer que nenhum destes pequeninos se perca” [Mateus 18.14].
Quero conhecer melhor o coração de Deus para lamentar o tráfico de menores no sórdido mercado da pedofilia. Quero prantear o Nordeste, que se transforma em rota do turismo sexual. Será que consigo expressar tristeza por meu país se tornar conhecido pela violência? Me sinto constrangido de saber que o Consulado de vários outros países trata brasileiros como oportunistas, doidos para emigrar, mesmo subempregados.
Quero conhecer melhor o coração de Deus para lamentar que cristãos – católicos e evangélicos  - se alinham à geopolítica desastrada do Ocidente. Pranteio por terem apoiado a guerra do Iraque e por inviabilizarem qualquer diálogo com o Islã [triste, muçulmanos confundem cristãos com bombardeio de Drones].
Quero conhecer melhor o coração de Deus para lamentar a perda da credibilidade da religião. Preciso doer com os fracassos morais que se sucedem no clero, que espolia pobre, prega sermões irrelevantes e transforma a fé em mercadoria. Mais perto de Deus, digo que espiritualidade não tem nada a ver com a montanha de obviedades que sai dos púlpitos. Anseio saber me indignar com os discursos vazios, com as promessas irreais e a com banalização do sagrado.
Almejo ser íntimo de Deus, como o profeta Isaías, e poder dizer: Deus detesta festas religiosas e muitas orações; sem fome e sede  justiça, revolta contra a opressão e defesa de viúvas e órfãos, todo o culto dá náusea.
Sei que existe um tempo para tudo, inclusive o de celebrar. Hoje, porém, quero aprender a lamentar.
Soli Deo Gloria
extraido de http://linkis.com/ricardogondim.com.br/Pp3vs as 11.37 dia 19/02/2015

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

MATRIX

Diz Bourdier falando sobre a mídia e jornalistas, que eles criam um mundo para nós, um mundo conforme a conveniência deles, então eles direcionam o nosso olhar política, ideologicamente, cotidianamente para aquilo que eles querem que vejamos e acreditemos que seja assim, a mídia ela não informa para que você forme a sua opinião, ela forma sua opinião apresentando para você um mundo que eles querem que você veja, que não precisa ser necessariamente verdadeiro, mas, que seja interessante para eles.
Vários fatos estão acontecendo no país e no mundo. CH virou comoção internacional e os ataques do Boko Haram quase ninguém viu, ou seja, Paris existe e suas vitimas, mas, a Nigéria, suas meninas, suas crianças, os cristãos, as aldeias, elas não existem para nós porque a mídia decidiu que eles não são interessantes.... Boko Haram não existe, mas, o EI sim, agora todo dia o EI passou a fazer parte da nossa existência.
No Brasil nem se fala, o Apocalipse se aproxima e vemos já quase em forma de tortura todos os dias se falar as mesmas coisas da Lava Jato, a mídia mostra um grupo de criminosos e esconde outro. E o que se fala já existem provas? O juiz manda prender sem saber que é culpado? Perguntas!
Bem, assisto o RJTV da Noite, até porque a luz só retornou por essas bandas por volta das 15.00 quero saber da cidade, alagou como sempre, onde foi a arvore que caiu que deixou Deodoro, Guadalupe e adjacências sem luz? As obras na Praça da Bandeira serviram? Lugares de risco aconteceu alguma coisa, há pessoas desalojadas, desabrigadas?
Não, a unica coisa que aconteceu no Rio foi o incêndio do Nova América, o restante, é só alegria: blocos intermináveis pela zona Sul, preparativos para o segundo dia do desfile (que a NOJO transmite cm exclusividade, pode isso Jander Drumond? Regulamentação da mídia já e já), Reply do primeiro dia de desfile do grupo especial e do segundo dia do grupo A.
É isso gente, de manhã deve ter falado (mas a gente que tava sem luz não viu) e agora nós temos que ser preparados para assistir o desfile, daí quem se importa em que estado ficou a cidade do Rio de Janeiro, se o que importa mesmo é a Festa de Momo?


O colapso do movimento evangélico e a emergência do novo - RICARDO GONDIM

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Altamiro Borges: Rede Globo: O racismo "Tá no Ar"

Altamiro Borges: Rede Globo: O racismo "Tá no Ar": Por Douglas Belchior, no blog Negro Belchior : “Interrompemos esse programa para apresentar um comercial do século XIX: Extra, extra, atenç...

sábado, 14 de fevereiro de 2015

É carnaval em mim Frei Betto

É carnaval em mim – Frei Betto

1 comentário

Dentro de mim há um imenso salão colorido por confetes e serpentinas e, entre tanto ruído, sinto medo. Medo dos fantasmas que me povoam, dos demônios interiores, dos anjos de asas quebradas. Beiro o abismo da ilusão e sou tomado por vertigens e, no entanto, não aspirei lança-perfume.
Quero o baile, a fantasia, a loucura insaciada dos que fazem desfilar em blocos seus desejos irrefreáveis. Arranco do coração uma por uma das máscaras de minha coleção: a do cínico, do farsante, do pusilânime. Quero-me nu, completamente nu, na passarela em que me exibirei pelo avesso: aversões e preconceitos, contradições e mesquinharias. Sairei de barro e sopro, tal qual Deus me pôs no mundo.
Estou ávido da batucada capaz de eriçar cada célula de minha pele e, na ponta dos pés, dançarei sobre o aro do pandeiro até que a cuíca me desperte a consciência. Abrirei a torneira de meu televisor e deixarei que escorra pelas escadas da casa toda a impotência das mulheres adornadas de falsa beleza e a prepotência dos homens que não sabem fortalecer a musculatura da alma.
Cessado o burburinho das ruas, esmaecidas as luzes, adormecidos os foliões, atravessarei sozinho o sambódromo e recolherei pelo chão as sombras das tristezas fantasiadas de alegria, das lágrimas contidas no ritual do riso, das ilusões defraudadas pela realidade. E deixarei ali os retalhos dessa descomplacência que me atordoa o espírito, na esperança de que a magia do próximo desfile exiba, em carro alegórico, essa represada voracidade amorosa.
Não irei atrás do trio elétrico, a menos que ele cesse o movimento, desligue o motor, emudeça a turba e, num gesto inusitado, faça do silêncio a matéria-prima da festa. É disto que preciso, avidamente: desfantasiar a subjetividade, escutar a própria intuição, deixar que esse cortejo que me habita ganhe as ruas, esvaziando-me de mim mesmo. Há demasiado entulho em minhas cavernas interiores.
Se por acaso me encontrar com Momo, hei de sugerir que se aposente. Carnaval já não é a festa da comilança que empanturra o estômago. São os olhos que, glutões, engolem sôfregos todos os seios e bíceps e coxas e nádegas e braços e pernas, sedentos de narcísico reconhecimento e imprimindo ao espírito o fastio irremediável, tão enjoativo quanto à certeza de que, das cinzas da quarta-feira, a fénix da esbeltez não renasce.
Se a bateria prosseguir ressoando em meus ouvidos, apelarei a Orfeu que me empreste a sua lira e me permita mergulhar nos mares subterrâneos de meu inconsciente. Aspiro pelo canto inebriador das musas e prefiro a agonia solene do órgão e a suavidade feminina da harpa aos sons desconexos dessa parafernália eletrônica que bem traduz minhas atribulações.
Carnaval é feito de momentos e eu, de tormentos. Devo fugir para alguma ilha deserta abscôndita no mar revolto de meu plexo solar ou fingir na avenida que os deuses do Olimpo vieram coroar-me? Ah, quem dera que eu pudesse trocar de caráter a cada nova roupa, rasgar os mantos lúgubres que não me protegem do frio, acreditar nessa inversão de papéis que me conduz à apoteose exatamente quando o show é obrigado a cessar.
Talvez eu entre numa roda de crianças piratas que roubem meu estorvo e peça à Colombina não mais que um piscar de olhos para alegrar meu Pierrô. Ao soar do apito, cantarei solo meu samba-enredo em homenagem ao Arlequim – esse retrato de mim.
Ao amanhecer, quando o exército da faxina adentrar, serei encontrado estirado no asfalto, cada pedaço espalhado num canto, à espera de que suas vassouras me juntem os cacos, cicatrizem-me as articulações, energizem os meus ossos e inflem a minha carne, até que eu consiga o mais difícil – fantasiar-me de mim mesmo. Ficarei tão leve que, com certeza, voarei sem asas, embriagado pela euforia que o Carnaval pressente mas não sente.
Sim, eu quero mais, quero um Carnaval que nunca cesse e seja tão sem limites que faça os mortos dos cemitérios sairem pelas ruas num infindável cordão, entoando loas à vida, e que o brilho do coração irradie tanta luz que traga aos meus olhos a cegueira para o transitório. Sejam ternas e eternas as minhas alegrias, distantes dos melindres fugidios, entregues às mais puras melodias, às mais inefáveis poesias.
extraido de http://linkis.com/ricardogondim.com.br/kiWgy dia 14/02/2015 as 14.59

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

SER A FAVOR DA DESCRIMINALIZA-LO DO ABORTO NÃO QUER DIZER SER A FAVOR DO ABORTO. VAMOS PENSAR

Na minha opinião essa é uma questão de saúde publica e educação, é cinismo a criminalização, pq mesmo cm ela as mulheres continuam abortando e a descriminalização não fará as mulheres abortarem mais. Cada um deve ter consciência de si. O Estado não pode por ato de fé privada dos entes sociais proibir que um assunto seja debatido. É ridículo e incompetente um presidente da Câmara que diz, só pela convicção religiosa dele, que o assunto só será debatido sobre o cadáver dele (espero que Jesus o leve). A mulher deve ter direito a atendimento multiprofissional, orientação (pq muitas vezes desesperada sem orientação ela toma uma atitude, que se bem orientada não tomaria) e por fim se optar pelo aborto deve faze-lo com segurança e dignidade. Mas, Candida Maria Ferreira da Silva vc é "crente" e isso é pecado, matar uma vida, é assassinato. Bem, eu tenho fé no evangelho e se fosse uma situação que ocorresse comigo, eu baseada na minha fé e nas minhas convicções tomaria minha decisão. Contudo, a minha fé não pode por exemplo interferir na vida de alguém que não compartilha a mesma crença comigo, portanto não se coloca, como eu sob o mandamento de Deus. E como se um católico quisesse (como já aconteceu) me obrigar a adorar Maria, sendo que não acredito e respeito quem a venera e se a pessoa pede explicação pq não venero Maria (como ja aconteceu) eu mostro biblicamente o porque, sem ofender, ela acredita em Maria e eu não. E ponto.
Para os que chamam as mulheres que abortam de assassinas, criminosas e coisa e tal, recomendo a leitura profunda e meditativa de Mateus 6. 20-26 e lhe pergunto: Você também não é um assassino? Pense bem em que Cristo esta dizendo nesse texto! O evangelho é simples, mas, profundo e não deixa margem para hipocrisias. A religião é simplista, comportamentalista e hipócrita, pq pra fora o cara arrota santidade e brada bandeiras de Deus, por dentro é um sepulcro caiado. O que eu aprendi com Cristo? Que para a mulher que aborta, sejam as circunstancias que a levaram a isso a única coisa que ela precisa é de minha compaixão e misericórdia (segundo minha fé) e não de minha condenação. E que, tbm segundo a minha fé, a mulher que aborta (seja ela cristã ou não) Deus esta pronto para perdoá-la, amá-la e restaurá-la.
E a criança que morreu? Como eu creio, esta em Cristo. E para que outras como ela não morram é preciso que haja educação, principalmente nas questões de direitos reprodutivos, é necessário, ´emponderamento das mulheres, melhores condições de trabalho para ela. É entender que o aborto é a "ponta do Iceberg" de uma questão social profunda que precisa ser enfrentada, olhada e transformada.
O que vc sabe sobre isso já abortou? Não, eu não tive o privilégio de ter filhos, mas, minha mãe iria me abortar, pq qdo ela engravidou de mim, ela não tinha nenhuma condição financeira para sustentar, meus dois irmãos e mais um bebe. A minha mãe era uma safada? A minha mãe devia ter usado métodos contraceptivos? Bem, eu sei que minha mãe não era uma safada, era uma mulher digna que lutava cm doméstica para sustentar meus irmãos e eles passavam muita necessidade. Como a gravidez fica por conta da mulher, o meu pai se eximiu totalmente da responsabilidade dele. Minha mãe não tinha condições, ate pq uma gravidez a faria parar de trabalhar, naquele tempo domestica eram ainda as mucamas dos ricos, sem direito, morreriam eles todos de fome? Mas, conversando cm meus irmãos, principalmente meu irmão Eduardo Ferreira da Silva, recebendo o apoio dele, mesmo sendo ele tão jovem, ela tomou a decisão de não abortar. Eu vim e foi muito, muito difícil, mas, conseguimos.

Você teve raiva da sua mãe por causa disso? Não, eu sempre compreendi que a minha família vivia um momento financeiro desesperador e que, ela acuada pela situação financeira não via saída. Meu irmão Eduardo Ferreira da Silva parou de estudar para ajudar prover as necessidades familiares, meu irmão veio completar o ensino superior dele após o 50 anos. A luta para eles foi muito grande, mas, mesmo sendo meus irmãos tão jovens, eles a apoiaram e ajudaram naquele momento grave. Mas, nem toda mulher encontra apoio, ajuda, mas, apenas solidão, desespero e na maioria das vezes um cara que caí fora e já que é crime, devia ser criminalizado tbm como cumplice de assassinato. Pq só a mulher paga? Muitos dedos em riste levantados em acusação e pouquíssimas mãos estendidas para ajudar, apoiar, orientar.

Candida Maria

Verdade e delírio na religião

Verdade e delírio na religião

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Petroleiros lançam manifesto em defesa da Petrobrás e denunciam campanha de desmoralização


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Logomarca antiga da Petrobrás: a construção da empresa foi resultado de um esforço de várias gerações de brasileiros
Há quase um ano o País acompanha uma operação policial contra evasão de divisas que detectou evidências de outros crimes, pelos quais são investigadas pessoas que participaram da gestão da Petrobrás e de empresas fornecedoras. A ação institucional contra a corrupção tem firme apoio da sociedade, na expectativa de esclarecimento cabal dos fatos e rigorosa punição dos culpados.
É urgente denunciar, no entanto, que esta ação tem servido a uma campanha visando à desmoralização da Petrobrás, com reflexos diretos sobre o setor de Óleo e Gás, responsável por investimentos e geração de empregos em todo o País; campanha que já prejudicou a empresa e o setor em escala muito superior à dos desvios investigados.
A Petrobrás tem sido alvo de um bombardeio de notícias sem adequada verificação, muitas vezes falsas, com impacto sobre seus negócios, sua credibilidade e sua cotação em bolsa. É um ataque sistemático que, ao invés de esclarecer, lança indiscriminadamente a suspeita sobre a empresa, seus contratos e seus 86 mil trabalhadores dedicados e honestos.
Assistimos à repetição do pré-julgamento midiático que dispensa a prova, suprime o contraditório, tortura a jurisprudência e busca constranger os tribunais. Esse método essencialmente antidemocrático ameaça, hoje, a Petrobrás e suas fornecedoras, penalizadas na prática, enquanto empresas produtivas, por desvios atribuídos a pessoas físicas.
Ao mesmo tempo, o devido processo legal vem dando lugar ao tráfico seletivo de denúncias, ofensivo à consciência jurídica brasileira, num ambiente de obscuridade processual que propicia a coação e até o comércio de testemunhos com recompensa financeira. Na aparente busca por eficácia, empregam-se métodos que podem – isto, sim – levar à nulidade processual e ao triunfo da impunidade.
E tudo isso ocorre em meio a tremendas oscilações no mercado global de energia, num contexto geopolítico que afeta as economias emergentes, o Brasil, o Pré-Sal e a nossa Petrobrás.
Não vamos abrir mão de esclarecer todas as denúncias, de exigir o julgamento e a punição dos responsáveis; mas não temos o direito de ser ingênuos nessa hora: há poderosos interesses contrariados pelo crescimento da Petrobrás, ávidos por se apossar da empresa, de seu mercado, suas encomendas e das imensas jazidas de petróleo e gás do Brasil.
Historicamente, tais interesses encontram porta-vozes influentes na mídia e nas instituições. A Petrobrás já nasceu sob o ataque de “inimigos externos e predadores internos”, como destacou a presidenta Dilma Rousseff. Contra a criação da empresa, em 1953, chegaram a afirmar que não havia petróleo no Brasil. São os mesmos que sabotaram a Petrobrás para tentar privatizá-la, no governo do PSDB, e que combateram a legislação do Pré-Sal.
Os objetivos desses setores são bem claros:
– Imobilizar a Petrobrás e depreciar a empresa para facilitar sua captura por interesses privados, nacionais e estrangeiros;
– Fragilizar o setor brasileiro de Óleo e Gás e a política de conteúdo local; favorecendo fornecedores estrangeiros;
– Revogar a nova Lei do Petróleo, o sistema de partilha e a soberania brasileira sobre as imensas jazidas do Pré-Sal.
Para alcançar seu intento, os predadores apresentam a Petrobrás como uma empresa arruinada, o que está longe da verdade, e escondem do público os êxitos operacionais. Por isso é essencial divulgar o que de fato aconteceu na Petrobrás em  2014:
– A produção de petróleo e gás alcançou a marca histórica de 2,670 milhões de barris equivalentes/dia (no Brasil e exterior);
– O Pré-Sal produziu em média 666 mil barris de petróleo/dia;
– A produção de gás natural alcançou 84,5 milhões de metros cúbicos/dia;
– A capacidade de processamento de óleo aumentou em 500 mil barris/dia, com a operação de quatro novas unidades;
– A produção de etanol pela Petrobrás Biocombustíveis cresceu 17%,  para 1,3 bilhão de litros.
E, para coroar esses recordes, em setembro de 2014 a Petrobrás tornou-se a maior produtora mundial de petróleo entre as empresas de capital aberto, superando a ExxonMobil (Esso).
O crescente sucesso operacional da Petrobrás traduz a realidade de uma empresa capaz de enfrentar e superar seus problemas, e que continua sendo motivo de orgulho dos brasileiros.
Os inimigos da Petrobrás também omitem o fato que está na raiz da atual vulnerabilidade da empresa à especulação de mercado: a venda, a preço vil, de 108 milhões de ações da estatal na Bolsa de Nova Iorque, em agosto de 2000, pelo governo do PSDB.
Aquela operação de lesa-pátria reduziu de 62% para 32% a participação da União no capital social da Petrobrás e submeteu a empresa aos interesses de investidores estrangeiros sem compromisso com os objetivos nacionais. Mais grave ainda: abriu mão da soberania nacional sobre nossa empresa estratégica, que ficou subordinada a agências reguladoras estrangeiras.
Os últimos 12 anos foram de recuperação e fortalecimento da empresa. O País voltou a investir em pesquisa e a construir gasodutos e refinarias. Alcançamos a autossuficiência, descobrimos e exploramos o Pré-Sal, recuperamos para 49% o controle público sobre o capital social da Petrobrás.
O valor de mercado da Petrobrás, que era de 15 bilhões de dólares em 2002,  é hoje de 110 bilhões de dólares, apesar dos ataques especulativos. É a maior empresa da América Latina.
A participação do setor de Óleo e Gás no PIB do País, que era de apenas 2% em 2000, hoje é de 13%. A indústria naval brasileira, que havia sido sucateada, emprega hoje 80 mil trabalhadores. Além dos trabalhadores da Petrobrás, o setor de Óleo e Gás emprega mais de 1 milhão de pessoas no Brasil.
É nos laboratórios da Petrobrás que se produz nosso mais avançado conhecimento científico e tecnológico. Os royalties do petróleo e o Fundo Social do Pré-Sal proporcionam aumento significativo do investimento em Educação e Saúde. Este é o papel insubstituível de uma empresa estratégica para o País.
Por tudo isso, o esclarecimento dos fatos interessa, mais do que a ninguém, aos trabalhadores da Petrobrás e à população brasileira, especialmente à parcela que vem conquistando uma vida mais digna.
Os que sempre tentaram alienar o maior patrimônio nacional não têm autoridade política, administrativa, ética ou moral para falar em nome da Petrobrás.
Cabe ao governo rechaçar com firmeza as investidas políticas e midiáticas desses setores, para preservar uma empresa e um setor que tanto contribuíram para a atração de investimentos e a geração de empregos nos últimos anos.
A direção da Petrobrás não pode, nesse grave momento, vacilar diante de pressões indevidas, sujeitar-se à lógica dos interesses privados nem agir como refém de uma auditoria que representa objetivos conflitantes com os da empresa e do País.
A investigação, o julgamento e a punição de corruptos e corruptores, doa a quem doer, não pode significar a paralisia da Petrobrás e do setor mais dinâmico da economia brasileira.
É o povo brasileiro, mais uma vez, que  defenderá a empresa construída por gerações, que tem a alma do Brasil e simboliza nossa capacidade de construir um projeto autônomo de Nação.
Pela investigação transparente dos fatos, no Estado de Direito, sem dar trégua à impunidade;
Pela garantia do acesso aos dados e esclarecimentos da Petrobrás nos meios de comunicação, isentos de manipulações;
Pela garantia do sistema de partilha, do Fundo Social e do papel estratégico da Petrobrás na exploração do Pré-Sal;
Pela preservação do setor nacional de Óleo e Gás e da Engenharia brasileira.
Defender a Petrobrás é defender o Brasil – nosso passado de lutas, nosso presente e nosso futuro.
Federação Única dos Petroleiros

EXTRAIDO DE https://miltoncompolitica.wordpress.com/2015/02/05/petroleiros-lancam-manifesto-em-defesa-da-petrobras-e-denunciam-campanha-de-desmoralizacao/ AS 21.12 - 06/02/2015

Assinando (# 30279): DEFENDER A PETROBRÁS É DEFENDER O BRASIL

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