Eu

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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Minhas lágrimas em teus odres

“Põe as minhas lágrimas no teu odre. Não estão elas no teu livro?” Salmos 56.8b
Põe minhas lágrimas no teu odre,
Esconde-as contigo.
Sejam elas para ti,
Como diamantes preciosos.
As lágrimas que brotam do meu peito, Que invadem a minha alma,
Que escorrem da minha face,
Que me perguntam em desalento: Onde está o teu Deus?
Põe-nas te peço nos teus odres
Para que tu não venhas a se esquecer delas
Elas que são meu mantimento O alimento da minha dor. Lágrimas da rejeição,
Lágrimas da solidão,
Lágrimas do desprezo,
Lágrimas de vaguear, vaguear, vaguear .... Lágrimas de não ver o futuro,
De morrer no presente
De lembrar o passado
Daquilo que foi e não volta mais. Escreve cada lágrima no teu livro Faze delas um memorial
Do meu coração sofrido
Dos meus sonhos perdidos.
Escreve no teu livro e não te esqueça Das noites vazias
Do desalento
Do ser roubada e espoliada... Escreve, pois, no teu livro
Quem há que me socorra?
Quem há que veja minhas lágrimas? Quem há que as enxugue?
Põe minhas lágrimas nos teus odres Escreve cada uma no teu livro
E faze delas um memorial.


Candida Maria Ferreira da Silva

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