Eu

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domingo, 4 de janeiro de 2015

ESCAPANDO DA MORTE

Em tempos em que é propagado um deus que faz milagres por encomenda, por troca de sacrifício, em troca de dinheiro, um deus capitalista que está mais interessado em abrir empresas, carros do ano, carros importados. Ou pra coisa piorar mais ainda, mata um filho, para dar outro, faz cura em atacado, com dia e horário e através de determinados “seres consagrados” que são apóstolos, patriarcas e coisa que valha. A reedição do Sacerdote do Antigo Testamento, o mediador entre o necessitado e Deus. A gente desacredita de milagres, fica com o pé atrás.
Mas, como diz o escritor de Hebreus “Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre”, nesses 34 anos que caminho com o Senhor, eu vi milagres. Diversos milagres. Vi pessoas serem curadas de suas moléstias, vi pessoas partirem devido as suas enfermidades com coração exultante para encontrar o Senhor. Vi pais perderem seus filhos e receberem o milagre do conforto e consolo do Espirito Santo, mesmo que um outro filho não tenha “aparecido” para “ficar no lugar do que morreu”. Eu mesma recebi o milagre do conforto e do consolo quando tive que passar pelo vale da sombra da morte com minha mãe.
Vi milagres de pessoas serem completamente transformadas pelo Espirito Santo através da Salvação na Cruz. E vi milagres cotidianos, invisíveis, pequeninos, esses sim belos de testemunhar.
Contudo, eu quero contar um milagre, um milagre de preservação da vida, de salvação e transformação de um jovem.
Era um jovem como outro qualquer, tinha acabado de fazer 18 anos, gostava de música, da nigth, da rave ou da balada (para atualizar). Ele era quem as promovia e ele era o cara!
O pai comprou uma bereta 7.5 porque queria ter uma arma em casa. Passou o sábado daquele 17 de dezembro fazendo tiro ao alvo e pedindo o filho que fosse comprar munição.
No domingo, o pai saiu com a família para um almoço com parentes. Ele, a mulher e mais um filho. O outro filho iria depois, tinha que antes elencar as músicas que iria tocar na rádio, pois era Dj! Enquanto trabalhava com um amigo na escolha das músicas (naquele tempo ainda em fita cassete), chega outro amigo que morava na vizinhança, este acompanhado da namorada e mais o irmão. Ele pergunta, curioso pela arma que vira no Sábado. Queria vê-la.
O rapaz vai buscar a arma no quarto do pai, provavelmente no seu guarda –roupa, encontra, traz para o amigo, perecendo que ela está pesada, tira o pente com as balas, mas, inexperiente com armas não sabe nem ele e nem o amigo que uma ficou na agulha.
O jovem curioso começa a brincar com a arma. O rapaz volta para as suas músicas. Não sabe quanto tempo passou, até que vendo que já deveria ter se reunido aos familiares no almoço, pede a arma ao amigo. Brincando ainda, ela dispara. Atinge o jovem na cabeça. Apavorado o menino curioso sai desesperado gritando que havia matado o amigo.
Na casa um jovem perdendo sangue pela cabeça, com os membros amortecidos, suplicando para não morrer ao o outro jovem que o abraçara e estava agora banhado de sangue.
Os vizinhos aparecem para ajudar, levam ao hospital. O rapaz agora sente dor, muita dor, é levado para um hospital de emergência que não pode atender a gravidade do caso. É transferido.
A essa altura a cidade, pequena, já sabia da notícia e se aglomerava para ver o acontecimento. O pai, desesperado vai buscar em casa o único neurocirurgião da cidade e implora: salve meu filho!
O médico vai, inicia a operação, a bala se alojou no cérebro, partiu em pedaços o crânio no lugar em que entrou, vasos sanguíneos restaurados, o que a medicina podia fazer há 31 anos atrás, numa pequena cidade foi feito. Agora…era esperar.
Longas 72 horas, a morte parecia vencer, o jovem arroxeando, a batalha pela vida parecia perdida. Uma semana depois, venceu…mas a mente se protege e ele não lembra de quase nada.
Paralisado, babando, um olho saltado do globo ocular, dificuldade de falar. Um jovem de 18 anos, que gostava de dançar, que amava a música, que adorava esportes…e agora? O que seria dele?
Um ano e oito meses de cadeira de rodas, fisioterapia, depois de muito tempo voltou a falar e a andar. Mas, um lado do seu corpo fora perdido. E a vida como seria agora? Deficiente?
Afogou-se na bebida e drogas, aprofundou-se na dissolução, era preciso esquecer. Até que um dia um convite, um grupo de jovens, louvores e olhares iluminados que nunca viu em toda sua vida, em todas suas andanças, em outros jovens que conhecera.
Foi então que encontrou razão para viver, porque não dizer a própria vida. Então compreendeu o milagre, quando a morte o abraçou para levá-lo, Deus não permitiu, foi um milagre.
Mas, o maior milagre aconteceu nove anos depois, no dia em que encontrou a Vida, no dia em que seu interior morto foi revivido, no dia em que se ajoelhou e se entregou na Cruz.
Deus o curou. Não. Ele leva há 31 anos as marcas do combate com a morte. Deus transformou sua vida? Completamente! Absolutamente!
Milagres, que Deus faz, porque faz não se sabe. Sem barganhas, sem dinheiro, sem religião, afinal quando o salvou da morte física ele nem O conhecia.
Mas, além da morte física, Ele o salvou da morte espiritual. Nasceu de novo. Duas vezes. É outro homem. Um coração grato, um servo dedicado, um pastor do amor.
É assim que Deus faz….e nada mais!
CANDIDA MARIA

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