Eu

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domingo, 4 de janeiro de 2015

A BELEZA PODE ESCONDER A MONSTRUOSIDADE


Meu twitter foi invadido por beleza, algumas pessoas que amam fotografia começaram a me seguir e divulgar seus trabalhos. Além do Seis-Meia um blog voltado só para este assunto. Então há alguns dias meu twitter foi inundado de beleza, algumas perplexidades e até mesmo de fotos artisticamente incríveis.
Mas, não apenas isso, achei também a poetisa Elisa Lucinda, li Ricardo Godim sobre a vida e me apaixonei por seu “orvalhei meus textos”, obra de arte feita em palavras. Por fim padre Fábio de Melo trouxe fotos de Auschwitz comoventes: sapatos, brinquedos e o que mais me impressionou o jardim ao redor do campo de concentração. Tão lindo, tão esplêndido, tão sereno.
E me fez pensar. Deus como a beleza pode esconder a monstruosidade. Toda energia psíquica de horror, de ódio, sadismo, sofrimento, continua ali, tão viva quando nos tempos em que era cometida e um lindo jardim a “esconde”.
Vendo as fotos do horror, eu pensei que aqueles sapatos calçaram pés que sofreram e aqueles brinquedos eram de crianças com a infância perdida. Pensei e até comentei no twitter do padre que eram coisas para não nos esquecermos…mas meu Deus nós logo esquecemos e repetimos tudo novamente.
Israel mata as crianças e a infância da palestina, Boko Haram sequestra meninas e destrói seus futuros, Estado Islâmico chacina e decapita quem pensa diferente, a Síria mergulhou no horror da guerra, da barbárie…tudo isso hoje, agora…e Auschwitz foi ontem, foi ontem…
Um menino, que sonhava seguir carreira na PM é morto com cinco tiros nas costas e torturado, isso foi ontem, bem aqui no Rio de Janeiro…O Nazismo foi ontem, o ódio ao diferente foi ontem e nós nos esquecemos das vidas que levou e repetimos Auschwitz todos os dias.
Porque? “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.” Genesis 6.5. Porque o Império das Trevas se instalou desde cedo em nós, na meninice de nossa existência humana.
Quanto ódio, tortura e morte foi promovida pelo deus cristão, pelo deus mulçumano? Quantas mulheres mortas ditas bruxas porque homens dito santos não sabiam lidar com sua sexualidade castrada por dogmas humanos?
No Império das Trevas reina o ódio, o desprezo, a arrogância, a prepotência, o homem que quer se tornar como Deus, dos desejos desenfreados e caprichos insatisfeitos. O Império das Trevas é o inferno existencial, mora em cada um de nós e mergulhamos nele de tal forma que ele explode num inferno vivo na terra atingindo os outros, nesse inferno o diabo somos nós, nos sentamos no trono do desespero e dali matamos todos ao nosso redor. Auschwitz vive dentro de nós. “Eu vi o sangue que descia da montanha, quando Hitler chamou toda Alemanha” (Raul Seixas, Eu nasci a dez mil anos atrás)
Por isso precisamos de Deus, da Sua Graça, da Cruz de Cristo, do Sangue do Calvário, que implanta em nós o Reino de Deus, lugar de amor, de bondade, de misericórdia, de quebrantamento, de reconhecimento de que nada somos, de submissão à Graça, posto que o Reino instalado em nós se torne visível e sua Paz se espalhe para todos os outros. E haja cura, perdão, reconciliação, bondade, misericórdia. Grande luta!
Nunca vencida por nós, sempre vencida pela Misericórdia de Deus em nós. Auschwitz foi ontem e o terror humano foi ontem.
Mas, ontem também Cristo deu sua vida por nós e impulsionou homens e mulheres a morrer por essa mensagem. Ontem Gandhi pregou a paz e muitos o seguem, ontem irmã Dulce e Madre Tereza de Calcutá deram sua vida pelos pequeninos e muitos pela face da terra tem dado suas vidas como o pessoal do Caminho das Nações lá na África salvando crianças-bruxas. Ontem Martin Luther King sonhou um mundo em que as pessoas não fossem julgadas pela cor da pele, hoje nós continuamos sua luta.
Ontem pela maldade do homem Deus destruiu toda a terra e seus habitantes. Agora Ele caminha nela em sua igreja-gente implantando o Reino em lugares impossíveis.
Somos nós. Podemos ser Auschwitz, podemos ser igreja-gente, Reino de Deus andante. Podemos ser inferno e morte. Podemos ser céu e vida. Somos nós. É nossa escolha, entre o Reino de Deus implantado em nós pela Graça de Cristo ou cultivarmos nosso Império das Trevas.
A escolha é sua. Caminho largo, caminho estreito. Casa na areia ou casa na rocha. Só depende de mim e de você.
Nele,
Que implantou em nós o Reino do seu Amor
Cândida
Novembro/14

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