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quinta-feira, 28 de março de 2013

Boa dica!


HOMEM QUE BATE EM MULHER É VEADO! É “VIADINHO”...



----- Original Message -----

From: HOMEM QUE BATE EM MULHER É VEADO! É “viadinho”...

To:

Sent: Thursday, April 02, 2009 6:50 PM

Subject: apanhei do meu marido



Boa noite.

Pastor Caio!



Sabe, já ti escrevi há algum tempo atrás, acredito que precisamente há um ano e o senhor deu ate o nome da minha carta de “perolas aos porcos”. Sabe a principio entendi o porquê desse Título e parece-me que agora entendo mais ainda.

Sabe pastor, graças a Deus e com muita dor deixei a vida do homem que era casado em paz e a minha vida também ficou em paz.

Só que acredito que mais uma vez joguei perolas aos porcos. Na ânsia de ter alguém... Acredito que tenho carência afetiva tremenda... Comecei a namorar um rapaz, solteiro em junho do ano passado e engravidei dele. Acho que era para fugir totalmente do outro e consegui esquecer.

Este rapaz não é evangélico, só que minha gravidez não passou dos três meses e eu perdi a criança, mas mesmo assim nos casamos. E sexta passada fizemos seis meses de casamento. Combinamos a uma semana que iríamos fazer uma festa particular em comemoração aos 6 meses de casados.

Só que no dia, na sexta-feira, ele teve um dia de treinamento do trabalho dele e chegou mais cedo em casa, mas com cheiro de bebida.

Ele gosta de beber no final de semana.

Só que neste dia passou do limite.

À noite o irmão dele veio visitá-lo com a namorada, e é fato que fiquei supressa; pois, tínhamos combinado somente nós dois.

Mas servi o irmão dele e conversarmos. No final ele veio já todo nervoso dizendo que eu não tinha tratado o irmão dele bem. Eu fui para o quarto procurando não ter briga, mas ele começou a derrubar e quebrar as coisas em casa...

Então em mim...

Levantei e ele começou a gritar mais e mais e a bater em mim. não bateu mais porque minha mãe subiu com minha tia e eu consegui descer e ligar para os pais dele; que vieram, mas não o levaram para casa.



A mãe dele tentava contornar a situação para que eu aceitasse.

Ele dormiu em cima e eu embaixo na casa da minha mãe.

No outro dia a mãe dele não apareceu; ele desceu pediu desculpas; perdão; mas eu mandei que ele fosse embora; o que ele prometeu que faria à tarde.

Depois ficou falando que não iria pq. não tinha pra onde ir.

Foi ai que chamei meus primos e ligue pra mãe dele, para que viesse buscar o filho... pq. estava chamando a minha família... e foi assim que ele saiu.

Sabe pastor Caio, não posso dizer que não senti, pq. eu queria tanto ser amada de verdade por um homem.

Ele ao sair pediu uma chance e disse que iria parar de beber.

Caio, estou dolorida física e psicologicamente; não queria q meu casamento terminasse; mas sei que se não deixá-lo vou apanhar mais e mais; até talvez chegar a morte.

Minha mãe e minha tia são de idade e só têm a mim para cuidar delas.

Estou triste e confusa; sentimentos misturados; parece que o agressor faz uma confusão na mente da gente e também a gente fica frágil.

Disse que não queria nada, mas sei que quando eu pedir o divorcio ele vai querer tudo e sei que devo me preparar para essa batalha.

Mesmo confusa não quero mais voltar pra ele; apesar de ter a esperança que ele mude; mas no fundo mesmo sei que ele não vai mudar.

Queria tanto ser feliz pastor, constituir uma família. Ajude-me.

_______________________________________

Resposta:



Minha querida: Graça e Paz!



Esse afã por felicidade é o que mais infelicita as pessoas!

Na antiguidade havia o deus Destino a deusa Fortuna. Hoje ambas as divindades estão presentes entre nós, com outros nomes, mas as mesmas.

Agora as chamamos de Felicidade, Romance, Paixão, Desejo, etc. E justificamo-nos por nos darmos a tais deuses afirmando sentimentos de carência, dependência, sonho, fantasia, e todos os demais derivados, como até mesmo o fetiche de gostar de quem bate na gente.

Se a surra não tivesse sido braba, ao ponto de você temer pela sua vida, creia: a sua loucura, a sua necessidade de homem/por/ser/apenas/ homem/macho/cara com pênis/pelos no corpo — é tão grande..., e é assim tão grande em razão de seu culto à imagem da mulher feliz, que tem que ter homem, que tem que ter um macho dormindo ao lado na cama, que você estaria com ele na cama aí ao seu lado; e a tal da surra já teria virado muito orgasmo angustiado, porém, viciado; posto que, pela sua hesitação, dá pra ver o buraco louco da insanidade da sua carência.

Pare de cultuar a Felicidade. Ela é uma deusa perversa. Seus adoradores se dão até ao diabo na esperança de uma felicidade qualquer...

Quando a angustia da Felicidade se estabelece na alma carente de uma mulher que se apaixona pela necessidade de ter e ser possuída, o homem objeto de tal entrega adoecida se torna um diabo; e, então, diz mostrando o membro: “Tudo isto te darei se de quatro me adorares!” — e a mulher carente de eu, de segurança, de dignidade, de amor próprio, põe-se de joelhos; e, assim, fica com a alma de quatro para todo diabo que prometa aquilo..., ou, se não apenas aquilo.., mas que seja, ele próprio, o ídolo que tal devota carregue como marido, ainda que entre no porrete em casa.

Assim, enquanto você não amar a você mesma, e enquanto você for uma escrava de sua alma ensandecida de carência fantasiosa, saiba: sai esse, mas vem outro...; posto que esse seja o padrão perverso que dá contorno a toda alma devota da deusa Felicidade.

Sugestão:

Tome um advogado; conte a história; leve testemunha; abra um caso agora e logo. Isto a fim de que, pelo silencio, a separação, em retardando, não crie fatos novos que dificultem o divorcio.

Pra um dia voltar com um homem assim só se décadas passassem e você visse que o covarde virou homem de fato; e que já não bata em mulher.

Homem, porém, que bate em mulher, creia, para mim é pior do que os piores.

É frouxo, covarde e perverso.

Se um HOMEM lhe bater o pé... o bichinho corre...

Homem que bate em mulher é “veado”, ainda que se diga macho. De fato, como se dizia no passado, é “viado”, com “i” e não com “e”; pois, com “e” era o bichinho, mas com “i” era mesmo o homem viadinho.

Respeito todos os gays que nunca bateriam em uma mulher como sendo milhares de vezes mais homens do que todos os machinhos frouxos que batem em mulher.

No entanto, digo a você:

Respeito bilhões de vezes mais uma puta que vende o corpo, mas que não se deixa abusar assim, do que uma mulher que se casa para viver um inferno de vida que puta nenhuma aceitaria para si mesma.

A verdadeira puta carente [a famosa mulher de malandro] é a que aceita homem apenas porque o cara tem algo pendente entre as pernas; embora o pau cante sobre o coro dela de outras formas também.

Meu pai dizia que é a paulada grande que mata a cobra grande!

Ora, receba essa paulada grande com todo o meu amor, na esperança de que essa sucuri de carência que habita a sua alma morra com o susto; e, assim, quem sabe, você se enxergue.

Mas você não é das que perseveram. Você se entrega à ilusão com extrema avidez.

Sim! Você aceita ser enganada para ver se dá um jeito de enganar o engano!

E é nessa que você vai entregando a vida às fantasias de morte...

Dura a minha carta?

Pode ser que hoje lhe pareça!...

Amanhã, qualquer outro amanhã, no entanto, ela lhe será verdade pura e cristalina.

Receba meu amor; sim, essa minha exortação em amor e verdade.



Nele, que não cata piolho onde há cobras,



Caio

2 de abril de 2009

Lago Norte

Brasília

DF

LEITURA COMPLEMENTAR:

DANDO AS PÉROLAS AOS PORCOS!

LANÇANDO PÉROLAS AOS PORCOS!

www.caiofabio.net
www.vemevetv.com.br

quarta-feira, 27 de março de 2013

Estas são as armas usadas por misógino para oprimir suas companheiras




O misógino (HOMEM QUE ODEIA MULHER) possui um extenso repertorio de táticas para assustar: insultos, comentários desdenhosos e outros comportamentos intimidativos, destinados a fazer com que a parceira se sinta inadequada e desamparada. Os ataques mais óbvios incluem gritos, ameaças acessos de raiva, insultos e criticas constantes.
Ele pode também fazer ameaças implícitas de danos físicos.
Mas a maior parte do comportamento misógino, cruéis e opressores, são motivados por forças que estão alem da percepção consciente. 
As agressões verbais podem ser aterradoras e desmoralizantes quanto às ameaças implícitas de violência física.
Esses abusos são perseguições sistemáticas. A violência verbal pode ser tão devastadora para a saúde mental de uma pessoal num período mais prolongado, é uma violência psicológica.
Muitas mulheres de misóginos justificam: “Pelo menos ele não me bate”. Mas elas se sentem igualmente assustadas, tão desamparadas e com a mesma angustia. Que diferença faz se AS ARMAS são os punhos ou as palavras, essas são dequalquer maneira abusivas.
Esse tipo de opressão psicológica é particularmente insidioso, por que muitas vezes está disfarçada de ensinamentos para tornar a mulher uma pessoa melhor. Este tipo de misógino se apresenta como mestre e guru da parceira: Mas não o importa quanto ela se esforce e mude para atender as suas necessidades, sempre estará inevitavelmente errada.

Formas que os misóginos têm de OPRIMIR sua parceira:

• Através da negativa: ele nega o corrido, levando a parceira a questionar sua acuidade, e a validade de sua memória. Assim não há jeito de se resolver os problemas com alguém que nega sua existência e insiste que nunca ter existido o que a mulher sabe ter ocorrido
• Através da alteração dos fatos, o misógino reformula o fato para se ajustar a sua versão, faz alterações drásticas e amplas nos fatos, a fim de chancelar sua versão da historia.
• Alega que está se comportando mal, como reação a algum desvio de sua parceira, é como se seu comportamento afrontoso passa a ser uma reação compreensível a alguma terrível deficiência ou provocação da parceira. Transferindo a culpa ele se protege: absolve-se do desconforto de reconhecer sua participação no problema e convence a parceira que suas deficiências de caráter soam o verdadeiro motivo das dificuldades na vida em comum.
• A parceira não pode protestar, e se a parceira o faz, ele fica mais furioso. Ele encara a reação como um ataque pessoal e como prova das inadequações da parceira.. Ele transforma a parceira em culpada e ele a própria vitima. Isto acontece, pois ele está mais preocupado em desviar a culpa de si mesmo do que em reconhecer a angústia que causa à parceira.
• Se o misógino se sente ameaçado de perder alguma coisa que lhe é importante, e sentindo-se humilhado, é bastante provável que a balança se incline para a brutalidade. Para ele através do medo poderá controlar melhor sua parceira.
• Se a parceira tiver alguma atividade significativa que o misógino encare como ameaça, ele fará testes de sua devoção, fazendo com que a parceira reduza drasticamente seu mundo. Esse tipo de ciúmes e de possessividade se estende a todos os aspectos de vida. Qualquer coisa que a parceira faça que esteja fora do controle do misógino, ou seja, encarada como uma ameaça a ele deverá ser abolida. 
• Entre todas as coisas ineficazes que uma mulher pode fazer, tanto consciente como inconscientemente, para tornar o relacionamento menos doloroso, a CONIVÊNCIA é ao mesmo tempo a mais sutil e mais destrutiva para ela. No momento que ela entra em conluio com ele, a mulher perde de vista o que acontece de fato entre os dois. Sua distorção da realidade para se ajustar à visão do parceiro indica que suas percepções estão completamente fora de foco.


O misógino tem um sentimento ambivalente em relação às mulheres, baseados em grande parte em seus relacionamentos com as mães. Eles transferem esses sentimentos para as mulheres com as quais se envolvem. Depois, passa a acreditar que é tão dependente da parceira como era de sua mãe.
Inerente ao medo dessa dependência existe o medo igualmente terrível que ela venha a abandoná-lo. O temor de ficar sozinho, de ser incapaz de enfrentar uma situação de ser oprimido por uma necessidade insaciável torna a dominá-lo; Em termos cronológicos, ele é um adulto, mas psicologicamente ainda é um menino assustado.
Todos os comportamentos controladores que ele usa derivam de seu medo de abandono. É um medo contra o qual precisa defender, a qualquer custo. Num esforço para atenuar a ansiedade, ele tenta assumir o controle sobre a parceira, destruindo-lhe a autoconfiança, de modo que ela nunca o deixe e ele possa, assim, ter segurança.

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA: Foward Susan Dra., Torres Joan _ " Homens que odeiam suas mulheres e as mulheres que os amam. Quando amar é sofrer e você não sabe por quê." Ed Rocco.

Dra. Rita Granato 
Psicologa Clínica
www.ritagranato.psc.br

domingo, 24 de março de 2013

GUIA DE DEFESA

https://docs.google.com/file/d/1DHGkYVxwub3bpYiQUBIAj08qr8D7GuRuPZxNq9iUEGSJE-iASVrMGq6c4jN5/edit?usp=sharing

VIOLENCIA SEXUAL CONTRA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


Visão geral do problema
De acordo com estatísticas nacionais, uma em cada três mulheres corre o risco de ser vítima de violência sexual durante sua vida, e a estimativa revela que uma em cada cinco crianças, meninos ou meninas, enfrenta o mesmo risco. Estupro, molestamento de crianças e incesto estão aumentando em índices alarmantes em nosso país. Infelizmente, pessoas com deficiência intelectual e distúrbio emocional são também suscetíveis a esta experiência degradante. Shuker (1980) relata que o estuprador com frequência escolhe vítimas por alguma “vulnerabilidade como, por exemplo, juventude, velhice, deformidade ou deficiência física”.
A condição da vítima é, muitas vezes, piorada por não ser levada a sério quando ela denuncia. No caso de pessoas com  mental, o relato delas sobre uma agressão sexual pode ser entendido como “uma manifestação do transtorno mental” ou uma história inventada para ganhar atenção:
Caso clínico 1
Uma senhora idosa internada em hospital público por causa do seu transtorno mental denunciou ter sido vítima de um estupro. Sua história foi ignorada porque pareceu que ela a inventou para satisfazer suas necessidades não-atendidas. Mais três estupros semelhantes foram denunciados naquele hospital até que, finalmente, as autoridades foram convencidas de que talvez houvesse alguma verdade nas denúncias.
Pessoas com deficiência física são também alvo de agressões sexuais. Em alguns casos, as pessoas violentadas estavam ainda se recuperando do evento de uma deficiência recente. Precisamos estar alertas ao fator complicador de uma reação composta ao trauma de uma pessoa com deficiência que foi estuprada (BURGESS, GROTH, HOLMSTROM & SGROI, 1978):
Caso clínico 2
Uma adolescente de 17 anos de idade, com cegueira resultante de uma lesão na infância, estava aprendendo sozinha a se familiarizar com alguns bairros da sua cidade. Certa tarde, quando andava perto de um parque, ela foi empurrada para o meio de uma vegetação e, em seguida, estuprada. Houve conversação durante a violência sexual.
Embora esta jovem tenha sido levada a sério quando denunciou, foi difícil para ela provar, perante a justiça, que a agressão aconteceu. Mas, ela foi capaz de fazer uma identificação positiva através do uso de voz gravada em fitas e o agressor foi condenado (A.W. Burgess, entrevista pessoal, janeiro de 1981). Em outros exemplos, as vítimas não foram capazes de oferecer evidências suficientes para uma condenação:
Caso clínico 3    
Uma senhora idosa de 84 anos de idade, que estava quase totalmente cega e surda, foi estuprada em sua casa. Incapaz de identificar o agressor visualmente ou pela voz, o caso foi encerrado como não-processável (K. Culton & J. Moore, Programa de Defensoria de Vítimas de Estupro, órgão estadual de advogados, Gainesville, Flórida, EUA. Entrevista pessoal, fevereiro de 1981).
Um significativo número de estupros (47%) ocorre em locais abertos, públicos, e 32% dentro ou perto da casa das vítimas, como no caso clínico 3 (MCDERMOTT, 1979). No momento do ataque, a vítima fica reduzida a um objeto que é o foco da raiva e agressividade do agressor. A motivação principal do agressor no momento do ataque consiste na satisfação da sua necessidade de controle e poder e na liberação da raiva que se acumulou interiormente (GROTH, 1979). Apesar de haver muitas táticas para deter um ataque e após os agressores ganharem controle da situação, as vítimas ficam sem escolha e se submetem à violência a fim de salvar a própria vida:
Caso clínico 4
Brian tinha 21 anos de idade quando foi preso e condenado sob acusação de violência sexual. Sua vítima era uma jovem de 20 anos de idade que acabava de retornar para casa após obter alta de um hospital psiquiátrico. Brian sabia que ela seria um alvo fácil e achava que ninguém iria acreditar nela, pois toda a vizinhança sabia que ela era ‘louca’. Durante a agressão, a vítima tentou fazer com que Brian parasse, mas ele deu um soco violento no rosto dela para forçá-la a ficar quieta.
Existem três ingredientes necessários para o agressor cometer uma violência sexual: (1) a iniciativa para cometer o ato, (2) a habilidade de perpetrar o ato e (3) a oportunidade. Em  nosso trabalho com agressores, concluímos que, na maioria dos casos, o desejo sexual não era a questão no momento da violência. Os agressores relatam que a vítima poderia ter sido qualquer uma e a aparência física não era importante. Muitas vezes, o ato é impulsivo, a oportunidade se apresenta e a vítima potencial parece ser vulnerável:
Caso clínico 5
Joan é uma jovem negra de 19 anos de idade. Ele teve queimadura em mais de 80% do seu corpo como resultado de um acidente. Seu rosto ficou gravemente cicatrizado e ela perdeu quase totalmente o uso de um braço. Quando caminhava próximo à sua casa, ela foi agarrada por um agressor que a forçou a entrar em seu carro e a levou a uma área isolada, estuprando-a em seguida (M. Varnes, Departamento de Polícia da Universidade de Flórida. Entrevista pessoal, fevereiro de 1981).
Caso clínico 6
Everett é um homem de 32 anos de idade, com visão monocular. No transcurso de sua carreira militar, ele foi estuprado três vezes no Exército. E foi estuprado duas vezes na vida civil. Sua vitimização mais recente foi quando ele pedia carona. Para esconder seu olho sem visão, Everett usa óculos escuros. Em todos os ataques, os agressores eram homens (K. Culton & J. Moore, Programa de Defensoria de Vítimas de Estupro, órgão estadual de advogados, Gainesville, Flórida, EUA. Entrevista pessoal, fevereiro de 1981).
Quando as vítimas são crianças
Muitas crianças também são vítimas de violência sexual. Criança com deficiência não é exceção. O molestador de crianças tem uma personalidade inadequada que se volta para as crianças para satisfazer necessidades de controle e aceitação e lidar com o estresse da vida. O molestador de crianças, assim como o estuprador, procura por criança que seja vulnerável. Com frequência, crianças com deficiência não participam das atividades da vizinhança com outras crianças e ficam apenas observando. Sua necessidade de atenção e aceitação após ficarem com uma deficiência pode aumentar. Em muitos casos, o agressor pode ser alguém conhecido da família e fica um bom tempo junto com a criança a fim de ganhar a confiança dela:
Caso clínico 7
Martin é um menino negro com 10 anos de idade que frequentava uma escola especial para crianças com deficiência intelectual. Um dia, ele foi induzido por um adolescente a ir até um prédio abandonado. Lá, ele foi forçado a tirar as calças e se submeter a uma relação anal. O agressor era conhecido da família de Martin e morava na vizinhança (K. Culton & J. Moore, Programa de Defensoria de Vítimas de Estupro, órgão estadual de advogados, Gainesville, Flórida, EUA. Entrevista pessoal, fevereiro de 1981).
  Caso clínico 8
John é um homem solteiro, branco, de 47 anos de idade, e foi entrevistado em uma penitenciária. Ele contou que nunca esteve envolvido em um relacionamento no qual ele se sentisse adequado com as mulheres. Sua vítima era uma adolescente de 12 anos de idade, que tinha paralisia cerebral e grave impedimento na fala. John era o namorado da mãe da vítima e morava com elas. Pouco a pouco, ele aceitou a responsabilidade de dar banho na adolescente, vesti-la e fazer com que a vítima chegasse à escola e de lá retornasse em condições seguras. E contou que, pelo motivo de se sentir inadequado com a mãe, ele passou a dar mais atenção para a adolescente. Ele começou acariciando a vítima durante os banhos. A partir de certo momento, ele começou a fazer sexo oral na sua vítima. As agressões continuaram por mais de três meses, devido principalmente à incapacidade da vítima de se comunicar com outras pessoas e à falta de entendimento sobre o que o agressor fazia a ela. A lógica do agressor era que, como a vítima não tinha contatos com pessoas da idade dela fora da escola, ele estava apenas ensinando-a sobre sexo.
Existe um incontável número de casos nos quais o atendente tinha necessidades não-satisfeitas e a dependência que o paciente tinha de outras pessoas é distorcida ou manipulada a fim de satisfazer aqueles desejos não-atendidos.
Os seguintes relatos são três de tais casos:
Caso clínico 9
Teresa tem 15 anos de idade e mora em um centro residencial para adolescentes com distúrbio emocional. Art é um dos atendentes dela. Teresa manifesta amor e carinho através de atos sexuais somente. Art não tem namoradas que o satisfaçam e, por isso, ele corresponde aos avanços de Teresa. Ela se envolveu em várias formas de relação sexual sob o entendimento de que Art era seu namorado ou amante. Após diversas semanas, Art rompeu o relacionamento. Então, Teresa informou os outros atendentes sobre seu relacionamento com Art. Ele foi demitido, mas nenhuma acusação foi registrada, devido à possibilidade de efeitos prejudiciais à instituição. Mais tarde, descobriram que Art foi demitido de dois outros empregos pelo mesmo comportamento e que agora ele está trabalhando em outro centro residencial sob suspeita de atividades similares, mas não foi flagrado cometendo tais atos.
Caso clínico 10
Jeff, interno com 17 anos de idade, branco, foi entrevistado em um centro comunitário residencial para adultos com distúrbio emocional ou com deficiência intelectual. Durante a entrevista, ele revelou que seu banho compulsivo e esfregamento vigoroso, no ano anterior, eram uma tentativa de sua parte para ‘lavar’ os sentimentos sujos (culpa e vergonha) por ter sido vítima de estupro anal cometido por um atendente da equipe do centro onde estava internado.
Caso clínico 11
Dean tem 21 anos de idade e foi internado em uma instituição para pessoas com deficiência intelectual. Ele reclamou que uma enfermeira o forçou a fazer sexo com ela. Ele contou que nunca contou isto a ninguém, até depois que ela saiu do emprego, porque tinha medo do que seus pais poderiam pensar. Ele estava constrangido também e contou que seus colegas riram dele por não agir como homem. Por que um homem reclamaria por ter sido ‘cantado’ por uma mulher?
Com a tendência de as vítimas entenderem mal os atos ou intenções dos outros, o agressor sexual pode utilizar, e de fato utiliza, esta condição como uma vantagem. Uma vez que a vítima, com frequência, percebe o agressor como um atendente, parece não ocorrer a ela a consciência de que a violência é um ato inadequado. O cliente com distúrbio emocional pode já estar passando por muitos problemas antes de ser violentado.
Parafraseando Douglas (1980):
“Não obstante a diversidade no diagnóstico, o cliente (com distúrbio emocional) apresenta geralmente os seguintes traços: ansiedade, elevada sensibilidade, sentimentos de inadequação, problemas de comunicação e uma tendência para entender mal os outros”.
Estas condições, em conjunto com uma violência sexual, tendem a intensificar e complicar mais ainda algum problema que pessoas com deficiência já enfrentam.
Intervenção junto às vítimas
O profissional que atua junto a clientes que tenham sido vítimas de violência sexual precisa compreender de que forma este tipo de experiência traumática pode afetar a vida deles. Como no caso de uma deficiência física, vítimas de violência sexual enfrentam o estigma social do estupro e sentem raiva, culpa e trauma em consequência da agressão. A crise produzida pela violência pode impor à vítima uma condição incapacitante, embora invisível (CARROW, 1980).
A reação psicológica das vítimas, definida por Burgess & Holmstrom (1974) como ‘síndrome do trauma do estupro’, consiste de uma fase aguda na qual as vítimas ficam desorganizadas e podem ter sentimento de negação do incidente. Elas precisam inicialmente lidar com as várias rupturas em sua vida. A segunda fase transcorre por um longo tempo; é um processo de reorganização no qual as vítimas põem em ordem as rupturas de sua vida. E fazem grandes ajustamentos, que podem incluir mudança para uma nova moradia, escolha de um novo emprego e relacionamento com novos amigos. Para vítimas infantis, o apoio de seus familiares e a intervenção profissional são importantes, uma vez que elas podem sentir uma enorme carga de culpa em associação com o incidente. Crianças que forem vítimas de relações incestuosas podem sentir rejeição da parte de outros familiares (pai ou mãe ou irmãos) se a pessoa que perpetrou o incesto for retirada do ambiente doméstico e/ou for presa e, em seguida, colocada na cadeia. De qualquer forma, se a vítima da violência sexual for uma pessoa com deficiência, isto pode aumentar quaisquer sentimentos de inadequação, baixa autoestima, e contribui para um autoconceito desfavorável.
O cliente com distúrbio emocional ou deficiência intelectual precisa ser informado de que, embora uma parte do ato possa ter sido fisicamente prazerosa, esse ato é uma violação de seus direitos (GEIST, KNUDSON & SORENSON, 1979). Esta falta de conexão entre prazer e violência é totalmente aproveitada pelo agressor, com ou sem intenção. Vítimas que não tenham entendimento do porquê a violência ocorreu parecem intensificar seus sentimentos de culpa e confusão: ‘Como pode uma coisa que sinto que é boa ser má?’. Em muitos casos, a vítima não entende por que o agressor está perpetrando estes atos e a vítima com frequência sente culpa por se envolver em um ato no qual ela não tem escolha. Isto tende a aumentar seus sentimentos de desamparo e diminui seus autoconceitos. Isto parece ser comum à maioria das vítimas de violência sexual (BURGESS & HOLMSTROM, 1974).
No artigo ‘Psicoterapia com Vítimas de Estupro’, Forman (1980) descreve algumas técnicas eficazes de intervenção durante as cinco fases de reação da vítima, delineadas por Rogers (1978). Estas fases são: inicial, negação, definição do sintoma, raiva e resolução. Pessoas com deficiência, que forem vítimas de uma violência sexual, têm de lidar com este trauma e percorrer as diversas fases de reação, além de lidar com a própria condição da deficiência. O terapeuta precisa ser sensível a esta situação e estar preparado para lidar com ambas as áreas preocupantes da vida do cliente. Na fase inicial, as vítimas estão em um estado de choque, mas felizes por estarem vivas. O aconselhamento de crise pode ser um processo eficaz de intervenção nesta fase, embora não totalmente adequado. O terapeuta precisa tentar estabelecer confiança e desenvolver um bom relacionamento terapêutico durante esta fase. Uma falha em estabelecer relacionamentos terapêuticos, enquanto ajuda o cliente a readquirir controle sobre sua vida, pode impedir interações terapêuticas por um longo tempo. As demais fases – negação, definição do sintoma, raiva e resolução – são semelhantes às fases pelas quais as pessoas com deficiência passam logo após a ocorrência da deficiência.
Burgess, Groth, Holmstrom e Sgroi (1978) sugerem diversas técnicas que podem ser úteis no trabalho junto a pessoas com deficiência que foram vítimas de violência sexual:
1.       Identifique a deficiência.
2.       Determine se a deficiência interferirá nas entrevistas.
3.       Avalie o impacto do estupro no comportamento da vítima.
4.       Proceda com o protocolo de praxe, adaptando-o para atender ao nível de estresse da vítima. Esteja preparado para usar um tempo extra com a vítima e a família dela.
5.       Esteja alerta para não projetar rótulos estereotipados sobre a vítima. Cuidadosamente, observe e avalie. E, de uma forma respeitosa, converse com a vítima e a família, deixando implícito o seu reconhecimento do impacto da violência sobre a vítima.
6.       Registre a entrevista em linguagem que respeite a vítima e os familiares, mas ainda assim relate objetivamente suas descobertas.
Pessoas com deficiência auditiva ou com impedimento na fala podem requerer atenção especializada, pois elas tendem a vivenciar problemas socialmente e psicologicamente, além de vivenciar frustração com este tipo de deficiência (TORKELSON & LYNCH, 1979). Como foi mencionado acima, este tipo de caso é difícil para se promover ação penal e a vítima pode vivenciar muita vergonha, dificuldade e insegurança tentando descrever o ato perante a justiça.
A violência sexual é uma experiência extremamente traumática que pode afetar as vítimas e a vida delas indefinidamente, como no caso da ocorrência de um acidente ou uma condição congênita que resulte em uma deficiência. O profissional que atende uma pessoa com deficiência, vítima de violência sexual, está diante de uma complexa situação com a qual deve lidar. Com o entendimento mais esclarecido de algumas das questões envolvidas na violência sexual, os profissionais podem oferecer serviços mais eficazes a seus clientes.
Referências bibliográficas
BURGESS, A.W. & HOLMSTROM, J. Rape, trauma syndrome. American Journal of Psychiatry, n. 131, p. 981-986, 1974.
BURGESS, A.W., GROTH, A.N., HOLMSTROM, L. & SGROI. Sexual assault of children and adolescents. Lexington: Lexington Books/D.C. Heath, 1978.
CARROW, D.M. Rape: Guidelines for a community response (Contrato n. J-LEAA-013-78). Washington,D.C.: U.S. Government Printing Office, 1980.
DOUGLAS, R.R. Assertiveness training for emotionally disturbed clients. Journal of Rehabilitation, v. 46, n. 1, p. 46-47, 1980.
FORMAN, B.D. Psychotherapy with rape victims. Psychotherapy: Theory, Research and Practice, v. 17, n. 3, p. 304-311, 1980.
GEIST,C.S., KNUDSON, C. & SORENSON, K. Practical sex education for the mentally retarded. Journal of Applied Rehabilitation Counseling, v. 10, n. 4, p. 186-189, 1979.
GROTH, A.N. Men who rape. Nova York: Plenum Press, 1979.
MCDERMOTT, J.M. Rape victimization in 26 American cities. Washington, D.C.: U.S. Government Printing Office, 1979.
ROGERS, P.C. Rape counseling manual. Atlanta: Rape Crisis Center, Grady Memorial Hospital, 1978.
SHUKER, P.C. Degrading and unpredictable, rape can happen to anybody. New York Times, 26/10/1980.
TORKELSON, R.M. & LYNCH, R.K. Rehabilitation considerations with the communicatively handicapped individual.Journal of Rehabilitation, v. 45, n. 4, p. 48-51, 1979.
Autores
(1)     Robert E. Longoestá trabalhando como diretor de unidade no Programa de Tratamento de Agressores Sexuais, no Centro de Avaliação e Tratamento do Norte da Flórida, em Gainesville, Flórida. Obteve título de Mestre em Aconselhamento de Reabilitação, da Universidade da Flórida em 1976. É fundador e presidente da Associação de Pesquisa em Violência Sexual – um grupo sem fins lucrativos dedicado a pesquisa, educação e treinamento na área da violência sexual.
(2)     Claude Gochenourtrabalha atualmente como terapeuta de reabilitação no Programa de Tratamento de Agressores Sexuais, no Centro de Avaliação e Tratamento do Norte da Flórida. Obteve título de Mestre em Aconselhamento de Reabilitação, da Universidade da Flórida em 1979. É conselheiro de reabilitação, certificado desde outubro de 1979.
Journal of Rehabilitation, v. 47, n. 3, jul./set. 1981, p.24-27.
Tradução: Romeu Kazumi Sassaki
Fonte: Construir e Incluir

Mesmo com a Lei Maria da Penha, aumenta número de casos de violência contra a mulher


EXTRAÍDO DE: INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMÍLIA  - 20 DE MARÇO 



Cerca de 92 mil mulheres foram assassinadas em todo o mundo nos últimos 30 anos, de acordo com estudo apresentado nesta terça-feira (19), pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio da Comissão Permanente de Acesso à Justiça e Cidadania e do Departamento de Pesquisas Judiciárias. Deste número, 43,7 mil foram mortas apenas na última década, o que denota aumento considerável deste tipo de violência a partir dos anos 90.
A violência contra as mulheres constitui, atualmente, uma das principais preocupações do Estado brasileiro, pois o Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking mundial dos países com mais crimes praticados contra as mulheres.
Segundo o relatório, o Espírito Santo apresenta a taxa de homicídio mais alta do país, com 9,8 homicídios a cada 100 mil mulheres. No Piauí, foi registrada a menor taxa, com 2,5 homicídios para cada 100 mil mulheres.
O local onde mais comumente ocorrem situações de violência contra a mulher é a residência da vítima, independente da faixa etária. Até os 9 anos de idade, conforme foi identificado pelo estudo, os pais são os principais agressores. A violência paterna é substituída pela do cônjuge e/ou namorado, que preponderam a partir dos 20 até os 59 anos da mulher. Já a partir dos 60 anos, são os filhos que assumem esse papel.
Conforme o Mapa da Violência 2012, e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE), ambos apresentados no relatório, mesmo após o advento da Lei Maria da Penha, a violência contra a mulher é significativamente expressiva no Brasil. Os registros de homicídio e agressão têm aumentado nos últimos anos.
O decréscimo nas taxas de homicídio no ano de aplicação da Lei Maria da Penha (2006) e o subsequente aumento dessas mesmas taxas nos anos seguintes indicariam que as políticas atuais necessitam de constante monitoramento para a efetiva mudança no quadro de violação dos direitos das mulheres. O relatório também aponta a persistência da vulnerabilidade da mulher no âmbito de suas relações domésticas, afetivas e familiares, visto que em quase metade dos casos, o perpetrador é o parceiro, ex-parceiro ou parente da mulher.
Falta estrutura Desde o advento da Lei Maria da Penha, em 2006, até o primeiro semestre de 2012, foram criadas 6612 varas ou juizados exclusivos para o processamento e julgamento das ações decorrentes da prática de violências contra as mulheres. O estudo analisou apenas os juizados de competência exclusiva e concluiu que é preciso dobrar o número dos referidos juizados para atender à demanda atual no país. Atualmente, são 66 unidades, mas o ideal seriam 120. Também é preciso tornar o atendimento mais proporcional nas cinco regiões do país
O estudo recomenda a instalação de 54 varas ou juizados da violência contra a mulher, especialmente em cidades do interior com grande concentração populacional, para atender de forma adequada à demanda existente. Observa-se que Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Santa Catarina possuem a pior relação entre população feminina e o quantitativo de varas ou juizados exclusivos.
O relatório apresenta uma proposta completa de melhoria na espacialização das unidades judiciárias no Brasil, considerando-se critérios demográficos, urbanos e sociais. Contém o Mapa da Violência 2012 que traça perfis de agressores e vítimas e dados quantitativos das principais opressões sofridas pelas mulheres além de dados importantes sobre o quantitativo de procedimentos que estiveram em trâmite nas varas e nos juizados exclusivos de violência contra a mulher nos seis primeiros anos desde o advento Lei.Acesse o relatório na íntegra
Autor: Assessoria de Comunicação do IBDFAM
Fonte: http://ibdfam.jusbrasil.com.br 

Políticas Públicas de Enfrentamento da Violência Doméstica Contra a Mulher


Local

Período de Aulas

06/04/2013 a 13/07/2013
Sábados, das 8h30 às 12h30.

Objetivo

- Refletir sobre a atuação dos movimentos de mulheres e feministas no contexto da Redemocratização do Brasil, voltadas para a equidade de gênero e para o enfrentamento da violência doméstica contra a mulher perpetrada pelo parceiro íntimo;
- Contribuir para o desenvolvimento da capacidade de análise, sobre a realidade social pertinente ao fenômeno da violência doméstica contra a mulher;
- Proporcionar subsídio teórico-metodológico para a compreensão do fenômeno da violência doméstica contra a mulher na perspectiva da violência de gênero;
- Propiciar o debate sobre as políticas públicas implementadas no contexto brasileiro e, em específico no estado do Rio de Janeiro, tendo como foco o combate à violência doméstica contra a mulher;
- Subsidiar profissionais de diferentes áreas do conhecimento, visando o aperfeiçoamento da intervenção junto às mulheres vítimas de violência doméstica perpetrada pelo parceiro íntimo.

Público Alvo

Profissionais que atuam nas áreas de direitos humanos, assistência social, educação, saúde, segurança, justiça e afins - conselheiro/as de direitos; técnicos e educadores de programas de atendimento e projetos sociais; operadores do Sistema de Justiça e Segurança Pública; gestores de políticas e professores; Graduados e graduandos nas áreas de Serviço Social, Psicologia, Pedagogia, Direito, Sociologia, Educação, Saúde e Licenciados em áreas afins e pessoas interessadas no tema.

Carga Horária

Este curso tem carga horária de 52 horas.

Metodologia

Aulas expositivas e palestras seguidas de debates.

Programa

- Abordagem histórica sobre a atuação dos movimentos de mulheres e feminista brasileiro no enfrentamento da violência doméstica contra a mulher perpetrada pelo parceiro íntimo;
- Aspecto conceitual: gênero; violência de gênero; violência doméstica contra a mulher; tipos de violência doméstica contra a mulher; ciclo da violência doméstica contra a mulher perpetrada pelo parceiro íntimo; políticas públicas; políticas públicas de gênero;
- Marco normativo sobre o enfrentamento da violência doméstica contra a mulher;
- Serviços especializados no atendimento à mulher em situação de violência;
- Rede de atendimento às mulheres em situação de violência.     

Corpo Docente

Matrícula

Até 29/03/2013
O aluno cujo curso for custeado por uma empresa deverá, depois de efetuar a matrícula, enviar a carta de compromisso da empresa para o emaildocumentocce@puc-rio.br, no prazo de 24 horas. Posteriormente enviaremos, à empresa, a nota fiscal e a ficha de compensação.

Investimento

O curso poderá ser pago em 4 parcelas de R$ 175,00, sendo a primeira no ato da matricula e a(s) restante(s) no(s) mes(es) subsequente(s).
Aceita-se pagamento com cartões de crédito American Express, Mastercard e Visa.

Certificado

O aluno que preencher satisfatoriamente os quesitos frequência e/ou aproveitamento terá direito a certificado.

Observações

Vagas limitadas.

A realização do curso está sujeita à quantidade mínima de matrículas.

Bolsas de Estudos: devido à natureza autofinanciada dos cursos oferecidos pela CCE, não há viabilidade financeira para a concessão de bolsas de estudo.

sexta-feira, 22 de março de 2013

O QUE SÃO FAMÍLIAS INCESTOGÊNICAS? QUAIS SUAS CARACTERISTICAS?




INCESTO – UM TABU

Podemos considerar que família incestogênica ou incestuosa é aquela onde as interações afetivas entre seus membros manipulam a criança ou adolescente vítima, a uma relação sexual – afetiva culturalmente condenada que é o incesto.
Tabu é uma palavra originada de um termo polinésio TAPU, que significa: proibido. O termo era usado, entre os polinésios para diferenciar o que era sagrado, do profano, que não deveriam ser misturados.
Desta forma, tabu é tudo aquilo que, estabelecido como uma regra em sociedade deve ser evitado ou proibido, por orientação religiosa ou moral.
O incesto é conhecido na sociedade humana desde seu período pré-historico, o homem primitivo dominava sua mulher devido à sua força superior e a considerava sua propriedade. Quando os filhos atingiam a puberdade, protegia sua mulher de sua invasão sexual, da mesma forma como defendia toda a sua propriedade contra eles. Essa proibição tornou-se um costume e por sua vez, transformou-se num tabu.
O incesto foi registrado em grandes sociedades antigas, como no Egito, onde era usual o casamento entre irmãos, pais e filhas, para a manutenção do poder imperial. A bíblia registra que o incesto era costume dos povos estabelecidos ao redor do povo Hebreu. Abraão, patriarca do povo hebreu era casado com Sara, que era sua irmã. E, na verdade, é ela também minha irmã, filha de meu pai, mas não filha da minha mãe; e veio a ser minha mulher;” Gn. 20. 12
            A própria bíblia relata em detalhes alguns casos de incesto, um deles foi de Ló e suas duas filhas. “E subiu Ló de Zoar, e habitou no monte, e as suas duas filhas com ele; porque temia habitar em Zoar; e habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas. Então a primogênita disse à menor: Nosso pai já é velho, e não há homem na terra que entre a nós, segundo o costume de toda a terra; vem, demos de beber vinho a nosso pai, e deitemo-nos com ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai. E deram de beber vinho a seu pai naquela noite; e veio a primogênita e deitou-se com seu pai, e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. E sucedeu, no outro dia, que a primogênita disse à menor: Vês aqui, eu já ontem à noite me deitei com meu pai; demos-lhe de beber vinho também esta noite, e então entra tu, deita-te com ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai. E deram de beber vinho a seu pai também naquela noite; e levantou-se a menor, e deitou-se com ele; e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. E conceberam as duas filhas de Ló de seu pai.Gn. 19. 30-36.

Mesmo, com o tabu do incesto sendo estabelecido socialmente, hoje, encontram-se sociedades onde ele é permitido, no México, entre  algumas tribos indígenas, o incesto entre pai e filha ainda é comum.
Segundo analisam este incesto é provocado por questões econômicas, visto que as terras cultiváveis ficam longe de casa, e precisam de uma mulher para moer o milho que colhe, assim sendo costumam levar a filha, enquanto sua mulher fica em casa com os outros filhos. Normalmente possuem um único cobertor, por ser um objeto muito caro, que costuma ser curto e que divide com a filha. A combinação do contato físico, do isolamento e do costume torna o incesto inevitável.
 Há ainda os povos tribais do Malawi que acreditam que relações sexuais com suas irmãs os deixarão à prova de balas.
A proibição do incesto não tem origem puramente cultural, nem puramente natural, ela se constitui num movimento fundamental, pelo qual se cumpre a passagem da natureza à cultura. A proibição do incesto é o conceito explicativo do surgimento, nada mais e nada menos que do que a propria cultura.

CARACTERÍSTICA DA FAMÍLIA INCESTOGÊNICA

            É importante ressaltar que famílias incestogênicas não possuem um corte socioeconômico, ou seja, famílias pobres não são mais incestogênicas ou mais propensas ao incesto do que famílias de classe media ou ricas. As famílias incestogênicas são encontradas em todas as escalas sociais.
            Esse tipo de família tem uma característica interessante por serem aglutinadas/simbióticas, sem limites entre o subsistema dos pais e filhos, o que ocorre com um membro da família afeta todos os outros, a saída de um membro da família do sistema é considerada uma traição, assim como a entrada de um novo membro é percebida como ameaçadora, ou roubadora do membro da família.
            Também se caracterizam por serem rígidas ou caóticas. Rígidas com pais estruturados que tem dificuldades para enfrentar mudanças, o novo. Caóticas quando as regras não são bem definidas com uma grande confusão ao nível das fronteiras intergeracionais e das identidades de seus membros.
As relações sociais são limitadas até como forma de manter o segredo, que é uma parte forte da estrutura dessa família, o segredo a mantém de pé, estruturada, por isso a fronteira organizacional é pouco permeável ao exterior e resistência à mudança, ou como já assinalamos suas fronteiras são rígidas.
A organização familiar é fundada num segredo que por muitas vezes persiste de geração a geração - a vítima é silenciada ante a ameaça das terríveis conseqüências de uma possível revelação do segredo - medo, vergonha, culpa; desagregação da família, degeneração da imagem do pai, degeneração da imagem da família feliz.
Os limites geracionais não estão claros. Podemos dar como exemplo quatro tipos de estrutura onde é possível ocorrer à violência do incesto.

1.      Pai executivo e mãe como criança: a filha sobe na relação geracional para ficar no lugar da mãe.


    P
------------------
                                                       C C C     M






2.      Mãe Executiva e pai tímido (bonzinho): é uma família de estrutura e fronteiras rígidas onde o pai possui autoestima baixíssima. A intimidade de P e M é difícil. O pai se sente querido através das crianças.

     M
-------------------
C C C       P


3.      Família de terceira geração: mãe trata pai como filho e crianças como netos. O Pai ou entra no subsistema dos filhos ou os filhos sobem ao subsistema do pai. A mãe é muito distante dos filhos e maternal com o pai.

M
------------------
P
------------------
C C       C  C

4.      Não há autoridade: todos estão sempre ligados e não há figuras de autoridades, não há controle.

------------------
  C C C P M

Existe uma ilusão de uma aparente coesão, ou seja, a vitima crê que a ligação incestuosa tem como função manter a família, embora, de fato, ela já esteja desunida há muito tempo. Para a vítima ela acredita que os une que pagando com seu corpo e que a denuncia irá desuni-los totalmente.

Nas famílias tipo 1, onde o pai é executivo, existe uma verdadeira ditadura familiar, com o poder, sendo concentrado na figura do pai. Faz as regras e nutre-se do "terror da revelação" e do "terror do abandono". É o tipo de famílias patriarcalistas onde o pai possuem todo poder sobre os filhos e a mãe é vista não como adulta, mas, como criança.

DINÂMICA FAMILIAR
 Para Viviane Guerra e Maria Amélia Azevedo a dinâmica familiar se apresenta em termos genéricos como:
·        Existe muita vulnerabilidade a situações  de stress dadas as suas estruturas interna e a própria historia de vida de seus progenitores no qual geralmente vivenciaram episódios de violência domestica, especialmente negligencia e espancamento, por vezes a violência sexual se apresenta em menor escala.
·        Um pai impulsivo, que requer ser gratificado imediatamente em relação ao seu desejo, necessita reafirmar seu pode e exigir obediência. Geralmente enfrenta problemas na área da sexualidade.
·        A mãe se mostra em contrapartida passiva, com baixa autoestima, embora possa adotar uma postura superprotetora, ou de completa omissão.
·        A criança vitima costuma ser passiva, dependente, podendo na adolescente se mostrar revoltada, agressiva e promiscua na adolescência.
·        Quando expostos a revelação da violência o mecanismo mais comum é o da negação. As modalidades mais comuns de negação são:
o       Negar o fato: o agressor afirma que não fez nada;
o       Negar o impacto da violência: o agressor propõe esquecer tudo, ou então, o que tem isso ela dormiu com muitos mesmo!
o       Negação da conscientização: o agressor afirma que estava fora de si, alcoolizado ou quando a criança ou adolescente diz que não sabe de nada porque estava dormindo.
o       Negação da responsabilidade: o agressor ou a criança/vitima afirmam que a culpa foi da criança que o seduziu ou não soube resistir a seus avanços.

            Ainda analisando a dinâmica dessas famílias é preciso ter clareza que os mecanismos podem variar conforme o tipo de incesto: pai-filha; mãe-filho; avô-neta; irmão-irmã, ou outros parentes.

O Incesto entre Pai e Filha

O incesto entre pai e filha é o tipo mais comum dos incestos entre adultos e crianças. Quando ocorre e é descoberto, a questão quase sempre precisa ser resolvida fora da família, geralmente pela polícia, porque o pai é tradicionalmente a fonte da “lei” familiar.
É um tipo de incesto que começa sutilmente, onde o carinho normal de pai para filha vão passando à prática de “carícias” que dificilmente deixam lesões físicas.
O pai raramente recorre à força ou à violência, para suas iniciativas incestuosas, contudo há uma imensa coerção psicológica embutida na relação pai-filha. A filha aprende a obedecer ao pai, e também espera dele uma orientação moral. Se o pai diz que está tudo bem, é porque deve estar certo. E é claro que se ela cogitar desobedecer, a ameaça de punição está sempre presente. Assim, a vítima quase sempre participa “voluntariamente” do incesto, sem reconhecer a coerção sutil que ocorreu. “Em algum nível os atos incestuosos são efetuados com a cumplicidade familiar. O pai é induzido pela sedução consciente ou inconsciente da filha e pela cumplicidade de uma hostilidade comum contra a mãe. A mãe força a filha a suportar a pesada carga de assumir o papel de esposa e amante do próprio pai, libertando-a dessas funções. Toda essa disfunção serve como defesa contra a alteração da estrutura familiar” (Cohen, 1993:62).
Costuma existir um acordo silencioso entre pai e a mãe sobre o papel da filha na família. Nesse acordo a relação sexual passa a ocorrer entre a filha e o pai e não mais entre o casal. Ocorrendo uma coalizão destrutiva entre os pais, onde a mãe por sua falta de disponibilidade como mãe e esposa, não impede a aproximação sexual do cônjuge a seus filhos.
            Em seu livro Violência Domestica: Fronteiras do conhecimento, Viviane Guerra e Maria Amélia Azevedo relatam o caso de uma adolescente que ao revelar a mãe o abuso sexual do pai ouviu da mesma que “ainda bem, assim você reparte comigo o fardo de satisfazer este homem”.

Incesto mãe-filho

            Menos comum, mas, também tão devastador quanto o de pai-filha, o filme: No Limite do Silencio, mostra as conseqüências do incesto mãe-filho em uma família e na psicologia do menino, levando-o a uma psicopatia no período da adolescência.
Tanto quanto do pai-filha este é disfarçado e mascarado, mas, devido o acesso que a mãe tem ao corpo do filho, pode ser menos identificável.  Até há pouco tempo somente ela dava banho, trocava fraldas em seus filhos. É recente a participação do pai nesses cuidados.
Muitas abusam sexualmente dos seus filhos durante o banho, chupando o seu pênis; outras, em outros momentos, "brincando" com o seu pênis, de forma a lhe fazer carícias e brincadeiras muitas vezes “consentidas sexualmente”, essas brincadeiras costumam evoluir conforme o abuso pai-filha, para carícias cada vez mais intimas e a relação propriamente dita.
O abuso sexual da mãe com o filho tem um outro fator que o torna ainda mais complicado. A mãe, assim como o pai, utiliza-se da sedução. Porém, enquanto ela está manipulando o pênis do filho, mesmo que ela se excite, este pode não perceber claramente a excitação dela, mas sente a sua própria excitação. Isso o deixa confuso e, conseqüentemente, mais culpado.
Da mesma forma que a menina, o menino pode sentir-se especial, sendo alvo da atenção da mãe, é estimulado a manter o segredo entre eles do amor e carinho especial que possuem.
A vítima, além dos conflitos vividos em relação a abusadora, sente também uma grande raiva dos familiares que estão ao seu redor - a mãe, o pai, os irmãos mais velhos - que têm a função de protegê-la e não o fazem, deixando-a só e abandonada.
            As conseqüências do abuso sexual são inúmeras e se manifestarão na vida de cada um de acordo com a sua história pessoal.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AZEVEDO, Maria Amélia. GUERRA, Viviane Nogueira de Azevedo. Violência Domestica: Fronteiras do Conhecimento. São Paulo: Cortez Editora, 1993
AZEVEDO, Maria Amélia. GUERRA, Viviane Nogueira de Azevedo. Dossiê Diagnostico – Violência Contra Crianças e Adolescentes. Modulo 3 – Telelacri, São Paulo: USP, 2000.
BRAUN, Suzana. A Violência Sexual Infantil na Família: Do Silêncio à Revelação do Segredo. Porto Alegre: Ed. Age Ltda, 2002.
COHEN, Cláudio. O Incesto um Desejo. São Paulo: Casa do Psicólogo Livraria e Editora Ltda, 1993.
FORWARD, Susan; BUCK, Craig. A Traição da Inocência: o incesto e sua
devastação. Tradução de Sergio Flaksman. Rio de Janeiro: Rocco, 1989.

FILME NO LIMITE DO SILÊNCIO Título original: The Unsaid
Duração: 109 minutos (1 hora e 49 minutos)
Gênero: Suspense
Direção: Tom McLoughlin
Ano: 2001
País de origem: EUA
Distribuidora: Artfilms

BIBLIA SAGRADA: (ALMEIDA CORRIGIDA E REVISADA FIEL)




CANDIDA MARIA FERREIRA DA SILVA